[CAERN] Clareira Central

Kor tinha acabado de passar todas as instruções para Arthur. A hora que terminou de falar teve que dar uma respirada bem funda. Fazia tempo que não falava tanto daquele jeito, e mais do que isso, Kor era extremamente detalhista, então para contar uma história, todos os detalhes eram necessários. Arthur agradece gentilmente seu esforço dizendo que não conseguiria sem ele, e ainda elogia dizendo que sua memória era boa pra cacete. Nesse momento Kor abre um largo sorriso no rosto mostrando também gratidão e felicidade por esse elogio. Arthur antes que pudesse terminar sua fala, conclui que depois precisava conversar com Kor. Apenas acena a cabeça positivamente mostrando que tinha compreendido e logo trata de responder o Fianna:

-Pow, Arthur! Valeu cara! hahaha... - fez uma pausa para o sorriso e então concluiu sua fala - vai lá... depois a gente conversa melhor... arrebenta lá, cara!

Logo que Kor terminou de responder, Arthur deu uns tapinhas em seu ombro e partiu narrar a história da Vingadores. Confiava no trabalho do Fianna, afinal, não era a toa que Ryan tinha o escolhido. Mais do que isso, tinha simpatia por Arthur. Talvez na matilha fosse o que tivesse mais afinidade. Kor de longe viu Arthur desenrolar sua história e não teve dúvidas que o Fianna tinha mandado bem, principalmente a parte em que ele enfiou a mão em sua sacolinha para pegar umas pedras que quando jogava no fogo ilustrava a imagem. Aquilo era sensacional. Definitivamente Kor queria umas pedras dessa, mas precisava saber como Arthur tinha conseguido isso. Quase que instintivamente bateu palmas no momento em que Arthur fazia tal manobra, mas se lembrou da formalidade acima de tudo e como aquilo atrapalharia sua narrativa, por isso controlou suas emoções e apenas admirou. Em todo seu discurso, só faltava uma coisa para ficar perfeito na opinião de Kor: sangue.

" Boa Arthur... sabia que não iria me decepcionar, meu garoto! Se fosse eu só aumentaria uma coisa nesse discurso: sangue... e preciso descobrir também como consigo umas pedrinhas dessa também..."

Quando Arthur termina e volta para seu lugar passando o olhar em todos e principalmente olhando para Kor meio que pedindo uma avaliação de seu trabalho, Kor rapidamente faz um sinal de jóia para o Fianna acompanhado de um aceno positivo de cabeça, mais ou menos dizendo em gestos "mandou bem, meu garoto!". Passado Arthur, outros Galliards e Philodox foram narrar suas histórias de cada matilha. Kor escutava com atenção, mas não exaltava mais nenhum, afinal, não existia matilha mais sinistra que a vingadores. Estranhamente só o Galliard da Titãs não se pronunciou. A julgar pela cara da matilha, não era de se estranhar.

" Eu estaria fudido se tivesse caído em uma matilha dessa... desordem pelo jeito reina ali..."

Wolfhere então toma a palavra e começa distribuir o renome de cada matilha. Quando Kor escuta seu renome e Wolfhere dizer que estava apto a tentar Fostern, ergue seu punho cerrado até a altura do queixo meio que comemorando bravamente a experiência conquistada. Não poderia imaginar tal feito vindo logo no segundo dia ali, mas não era de se estranhar, já que havia colocado sua vida em jogo várias vezes. Talvez o posto de Fostern o deixava mais próximo de seus objetivos. Seus planos estavam caminhando e isso era muito importante. Estava distraído, olhando apenas para Wolfhere enquanto terminava de falar os renomes, quando escutar Arthur dizendo com um sorriso no rosto sobre terem a possibilidade de serem Fostern. Olhou para o Fianna novamente com um sorriso no rosto de satisfação e completou o que ele disse:

- É meu amigo, Fosterns! Agora é tentar o desafio... vamo que vamo! Hahaha

Wolfhere então finalizava seu discurso e junto a isso, mais uma vez o nome da Vingadores aparecia. Realmente a matilha mais sinistra da seita fazia diferença naquele lugar. Por duas noites consecutivas repletas de batalhas sangrentas, tinha feito a diferença, e nada mais justo que mostrar a todos seu valor. Quando terminou, Wolfhere dispensou todos, requerendo apenas a presença dos líderes para uma reunião.

Novamente escutou Arthur dizer mais alguma coisa, mas agora era pro Henker, o novo garou que ainda não havia cumprimentado. Ia tratar de fazer isso logo, já que estava dispensado, mas antes que pudesse ir até Henker, Kathya toma a palavra agradecendo a todos por terem resgatada dizendo que seria eternamente grata por tudo que todos fizeram. Kor acena para Kathya mostrando gratidão por suas palavras e responde para a Presas de Prata depois de Iurd.

- Kathya, não precisa agradecer. Você não merecia ter sofrido dessa forma e mais importante que isso, iremos nos vingar de toda sua dor causada por esses desgraçados! Eles irão se arrepender somente pelo fato de terem tocado em sua pele! - fez uma pausa mostrando seriedade em sua fala, após uma leve sensação de ódio depois de se lembrar do vídeo que o Carniceiro havia mandado - Mas quero que saiba que não medi esforços para que você fosse salva, assim como Iurd e todos aqui. Se fosse preciso minha vida seria sua e seu resgate só foi possível graças a nossa união, esta que espero durar por muito tempo. A união faz a força e enquanto nos mantivermos unidos, seremos fortes... Quanto a Wyrm, não se preocupe, nós é que iremos cercar ela de agora em diante...

Finalizou sua fala se aproximando de Kathya, dando dois tapinhas em suas costas e dizendo:

- Seja bem-vinda de volta... e ...dessa vez para nunca mais sair desse lugar que te pertence!
Se me permite, peço licença para que eu possa cumprimentar o novo garou que chegou em nossa matilha...

Aguardou o tempo necessário caso Kathya fosse responder suas palavras. Dito isso Kor acena para Kathya e procura com os olhos o novo garou que se chamava Henker. Estava bem próximo e conversava com Arthur. Não era difícil escutar a conversa, já que ele falava alto. E melhor ainda, falava sobre bebidas. Escutou muito bem a parte que se falava sobre cervejas e geladas. Kor deu alguns passos no sentido em que Henker estava, estendendo sua mão para cumprimentar o novo garou. Se lembrou do erro que o Alpha havia cometido confundindo seu nome ao invés de Henker de Henkel, desse modo, não pode deixar de dar uma cutucada. Seu semblante ostentava um sorriso simpático, típico de quem quer fazer novas amizades.

- Cara, foi mal pela demora. Essas formalidades exigem tempo e atenção, sabe como é... Meu nome é Kor Yance McDonell, "Sopro-da-Tempestade", Galliard Senhor das Sombras membro dos Senhores do Cume. Prazer em te conhecer, Henkel...

Fez uma pausa em sua fala enquanto aguardava com sua mão esticada para cumprimentar o Fenrir. Tinha dado uma cutucada no novo membro da matilha sobre seu nome, mas como ostentava um semblante tranquilo e extrovertido, não era difícil imaginar que aquilo tivesse sido uma brincadeira. Complementou e finalizou sua fala para o novo membro.

- Não pude deixar de escutar a conversas de vocês, e se não for incomodo, gostaria de me juntar a essa celebração, afinal, não é todo dia que um garou promete conhecer o néctar dos Deuses, não é mesmo?! haha... Merecemos uma bebomoração!

Deu uma risada leve no final. Aguardava a resposta do novo garou, que era um negão muito musculoso e aparentemente astuto. Só esperava que ele não fosse agressivo desprovido de inteligência como Darkness era.

 

John seguia de braços cruzados enquanto assistia os Galliards e Philodox irem fazer seu ofício diante daquela mini-assembléia. Escuta com atenção as histórias e em cada uma se imaginava lutando. Na verdade, como seu ego era gigante, imaginava como seria capaz de lutar melhor que muitos contados pelos Galliards. Não demorou muito para que a vez do Danniel chegasse. Aquele sim seria o momento do Alpha erguer a cabeça e mostrar o valor que a Arautos do Trovão tinha. Não era todo dia que se tinha um Galliard como Alpha de uma matilha e dada a importância do momento, era um prato cheio para Danniel.

" Vamos lá Danniel... mostra nossa importância pro pessoal aí..."

Escutava atentamente o discurso do alpha, na verdade, o discurso tinha prendido sua atenção. Finalmente algo além de beliscar a Sylvia tinha chamado a atenção de John naquele rebuliço todo. Danniel mandava muito bem em sua história. Com gestos, movimentos, exaltações contou uma história brilhante na opinião de John. Conseguiu abordar todos os pontos daquela noite e principalmente das terríveis batalhas travadas. Não achava muita coisa quando o nome da Sylvia era destacado, mas tinha que reconhecer, a Theurge tinha feito um belo trabalho naquela noite. Tinha tido serventia, apesar de ter passado algum tempo rolando no chão chorando de dor. Por pouco tempo. Talvez ela fosse histérica de natureza, comportamento normal de uma mulher.

Quando já achava que Danniel não iria lembrar de seus feitos, eis que surge seu nome acompanhado de seu irmão tribal, que não era por coincidência, o garou que mais tinha afinidade na matilha. Danniel destaca John e Mark como os maiores lutadores daquele noite e principalmente, os que puxavam a linha de frente acompanhando Danniel. Falou da importância de se matar o Head-Shot-Zumbi e nesse momento John abriu um largo sorriso no rosto se sentindo orgulhoso ao extremo. Tinha escolhido o inimigo certo para matar. Um bom status de guerra é o que todo guerreiro gosta. Danniel tinha terminado seu discurso e John tinha ficado muito satisfeito com sua história.

" Boa Danniel... muito bem cara... gostei... show de bola..."

Danniel ao terminar se aproximou de todos, porém, antes que pudesse falar qualquer coisa, Wolfhere pede a palavra para distribuir os renomes, e logo após, dispensa todos apenas pedindo para que os líderes ficassem para uma reunião particular. Wolfhere tinha falado de novo sobre a atuação da Vingadores e John tava começando achar que o Alpha da Vingadores tava dando a bunda pro Wolfhere. Era a única explicação pra tanta puxação de saco. Porém, tinha ficado satisfeito com seu renome. Chegou pouco tempo e conquistou muita coisa para apenas um dia. Sabia que seu poder não tardaria para chegar. Precisava eliminar alguns estorvos, mas isso viria com o tempo.

A terminar a assembléia, Danniel dispensou todos e disse que ficaria mais um pouco. John que estava bem próximo, não via a hora de ir tomar logo sua gelada e ficar livre daquela mácula em sua perna. Respondeu o Alpha agradecendo e se despedindo do mesmo.

- Obrigado, Danniel... Bela história, cara... Show de bola! Arrebentou! Emoção é o que mais importa em uma história como essa e você soube fazer isso acontecer. Parabéns. Agora se me permite, vou me retirar. Tenho algumas pendências pra resolver. Até mais.

John fez um sinal de continência para Danniel se despedindo e agradecendo o Alpha. Quando pensava em sair, é abordado por Sylvia que pergunta se queria purificar seu ferimento agora. John olha para a garou e vê que estava com um semblante muito sério e nesse momento muitas coisas percorre a mente do Andarilho. Desconfiança talvez seria a melhor palavra para representar seus pensamentos nesse momento. Porque será que a Theurge tinha tanto interesse e pressa para purificar? Era estranho. Não se importava e de repente, se importava com pressa. Não deixou transparecer essa desconfiança, em troca, retribui com um sorriso amigável como se estivesse feliz por Sylvia lembrar de seu ferimento.

" Tá achando que eu nasci ontem, neh, Capuleto... tá bom... humn...."

Quando ia responder para Sylvia, eis que Bruno aparece dando um tapinha em seu ombro, dizendo primeiramente para Sylvia que não havia motivos para se preocupar e depois voltando para John dizendo que estava em boas mãos e que era para cuidar daquela mácula em sua perna. John agradeceu a simpatia de seu irmão tribal com um aceno positivo de cabeça acompanhado de um sorriso.

- Tenho certeza que sim, meu irmão... Sylvia vai me ajudar agora nessa empreitada...

Obviamente que não tinha certeza disso. Ironia era seu forte. Bruno não conhecia sua história, tão pouco a confiabilidade de Sylvia para John. Mas era melhor assim, quanto menos os outros soubessem era melhor, mas caso tudo aquilo viesse a tona, saberia contornar, afinal, um Andarilho têm planos para tudo. Pelo menos John tinha. Não gostava de imprevisto, então prever as possibilidades era sempre importante. Finalmente então ficou livre para responder Sylvia. Olhou novamente para Theurge com o mesmo sorriso no rosto e disse de forma simpática.

- Desculpa a demora, Capuleto... Poxa... Fico agradecido por não ter esquecido. Na verdade, também já  estava começando a ficar preocupado com esse negócio na minha perna... Você quer fazer esse lance aqui mesmo ou prefere fazer isso lá em casa com calma?

John tinha perguntado com muita educação e presteza para Sylvia qual era o melhor lugar para ela realizar aquele trabalho, afinal, iria precisar dos cuidados da Theurge. John manjava dos paranauê. Precisava de Sylvia nesse momento, ainda com todos os problemas, era mais confiável que o novo Theurge que atendia por nome de Jake. De repente, como se John tivesse esquecido de falar algo extremamente importante, coloca a mão no ombro de Sylvia e antes que a Theurge pudesse responder, diz para ela.

- Sylvia, desculpa... É rapidinho. Preciso dizer um negócio importante pro Bruno antes que ele vá embora, enquanto isso você decide onde é melhor... pode ser? É rapidinho... já volto! Se puder, me espere aqui, por favor...

John nem espera uma resposta de Sylvia. Sabia que a Theurge logo ia responder, por isso interferiu sua resposta. Tinha que fazer algo importante antes que fosse purificado. Tinha que ser antes de sua purificação. Saiu rapidamente em passos rápidos, atrás de Bruno que não estava muito distante. Seu irmão tribal seguia em direção à saída do Caern com as mãos no bolso. Por sorte Bruno ainda estava perto o suficiente para que não tomasse o seu tempo. Então chamou sua atenção.

- Bruno! Guenta aí... preciso falar contigo...

Teve certeza que Bruno tinha escutado o chamar e então se aproximou do Andarilho. Bem próximo. Olhou para os lados certificando que estava longe suficiente dos demais onde não fosse possível outros além dos dois escutarem aquela conversa e então disse em um tom bem baixo para que somente Bruno escutasse o que ele iria dizer agora. Colocou a mão no ombro de Bruno se aproximando e falou:

- Bruno, preciso de um favor seu, irmão... Você é a pessoa em que mais confio aqui, por isso preciso de você nesse momento difícil... É um pouco complicado... Não posso te explicar agora, mas somente me escute... É o seguinte, se algo acontecer comigo, se eu morrer ou por algum motivo eu ficar desacordado por muito tempo, eu preciso que você faça algo por mim, Ok? Se algo acontecer comigo, vá no meu cofre, a senha é 300490, pegue o que têm lá dentro e mostre pra toda seita... Entendeu?

Fez uma pausa enquanto respirava e transparecia muita seriedade. Como se aquele assunto fosse sua vida. Talvez fosse realmente um caso de vida ou morte. Continuou.

- Mas preste atenção, Bruno... é SOMENTE se caso algo de grave acontecer comigo... Enquanto eu estiver bem, isso não será necessário, entendeu? Preciso que você seja meu ponto de apoio... depois eu te explico com calma isso tudo, mas é que pintou uma urgência agora... Por favor, não me decepcione... Posso confiar em você, irmão? Sim ou Não?

Terminava sua fala agora com as duas mãos nos ombros de Bruno. John tinha um semblante sério em sua face. Mostrava que aquele assunto era muito sério, e mais do que nunca, precisava da confiança de Bruno. Era normal não confiar em ninguém, mas dada as circunstância da situação, teria que fazer algumas apostas. Não poderia ficar em desvantagem. Apreensivo, aguardava a resposta de Bruno para que pudesse seguir em frente. Pelo modo de John, Bruno podia perceber que John tinha pressa em seguir.