[CAERN] Clareira Central

Joshua escuta o comentário em tom casual de um Roedor de Ossos sobre quem provavelmente seria Meet. O Senhor das Sombras olha para o Ragabash e diz com o típico tom de voz sério:

- Obrigado...

Com um olhar rapido para Ricky o Senhor das Sombras reacelera o ritmo e segue em direção ao templo da justiça.

Off:

Segue no tópico Templo da Justiça

Sem dizer uma palavra sequer, Selene acena com a cabeça em resposta ao Garou cujo nome não conhecia. Um dos dois Garous indicados por ele segue por um caminho e Selene faz o mesmo. A Fúria Negra ia tentando guardar os caminhos daquele caern com sua mochila jogada nas costas e a expectativa de saber o que estava por vir.

Não leva muito tempo até que o pequeno Crinos de pelos brancos surgisse no centro do Caern. Rapidamente o Ahroun começa a olhar em volta buscando algum Theurge que estivesse vindo para responder ao chamado do Presas de Prata.

O Presa de Prata logo nota a aproximação da Garou que havia curado Mayra e os demais assim que chegaram ao Caern.

Kiba então coloca Balik com cuidado no chão e se afasta um passo para que a Filho de Gaia pudesse cura-lo.

Seus olhos não desviam nem por um instante do Wendigo até que o mesmo estivesse completamente curado. Vendo que seu amigo estava fora de perigo Kiba sorri e olha para a Filho de Gaia, agradecendo-a com um aceno e dizendo:

- Obrigado...

Assim que a Garou se reúne com o restante de sua matilha e partem para a Umbra o Presa de Prata volta a focar-se em Balik. Estranhava a pressa que ela tinha para partir, mas aquela duvida poderia esperar já que tinham um enterro para realizar e uma liderança para defender.

Um calor esquentava seu corpo fazendo-o suar enquanto suas feridas aceleradamente se dissipavam deixando apenas cicatrizes superficiais. Ainda que estivesse muito sujo, seu corpo jaz curado.

O Wendigo abria os olhos vagamente acreditando que finalmente se encontraria com aqueles que o protege, mas a silhueta de um lobo branco familiar era o que o aguardava, e vagamente os pensamentos tomaram forma e ele compreendeu que estava vivo entre os vivos.

Ele levantou-se em arco mantendo-se ainda sentado na relva erguendo a mão direita e segurando forte os pelos do colarinho de Kiba rosnando para seu líder:

-Mayra, ela ficou no hospital, precisamos ir lá salva-la agora! - O Wendigo sabia que se ele estava vivo era por causa dela, e sua honra não o permitiria deixa-la morrer para aquele infeliz que o dominaste e o fizera matar um de seus próprios companheiros. O maldito pagaria caro e o ódio que o Wendigo sentiu apertou forte o colarinho de Kiba.

O Presa de Prata observava de perto o companheiro de matilha e quando o mesmo acorda Kiba se prepara para ajuda-lo a levantar, mas Balik agarra seu colarinho visivelmente nervoso e desorientado.

Por mais que apertasse forte, Kiba não reage de forma ríspida a reação do companheiro e, com calma, segura o braço do companheiro dizendo:

- Calma meu amigo... Ela esta bem... Esta sã e salva... Deve chegar aqui daqui a alguns segundos.

O Ahroun encarava o companheiro de matilha com semblante aparentemente calmo. Estava triste, mas o fato de Balik estar fico acalmou um pouco sua alma. Após dar alguns poucos segundos para que o Wendigo entendesse o recado ele prossegue:

- O desgraçado esta morto... Mayra arrancou-lhe a cabeça. Ela, Punhos de Gelo e o Fianna que foi com vocês na missão chegaram a algum tempo no Caern.

O Xamã seguiu seu líder até encontrar um Garou que tivesse o toque da mãe. Precisava admitir que era muito prático e poderia salvar vidas um dia se ele o possuísse. Claro que nunca pensou em sair em batalhas curando, mas havia aprendido diversas técnicas de curandeiro, poderia ser bom nisso. Dessa vez, ainda magoado pelas palavras da Pacificadora andou em silêncio e não fez nenhum comentário. Que opção ele tinha? Para onde poderia ir? Para falar a verdade não lembrava de quase nada, e parecia às vezes que o conhecimento vinha instintivo quando tentava fazer algo. Até mesmo seu conhecimento das leis Garous poderia ser falho. Será que havia alguma regra que dizia que todo Theurge deveria ter toque da mãe? Se for assim quem cura o Theurge da matilha quando este está ferido?
Quando Balik acordou assustado pensou em conforta-lo, mas viu em seu caminho a forte presença do seu líder. Deixou que fizessem como achava melhor, afinal ele havia sido dispensado dos serviços de Curandeiro.
Ficou atrás dos outros, observando.

O Wendigo olhava-o perplexo por uns instantes digerindo suas palavras, enquanto suas mãos desapertavam-no e um leve sorriso saltava de sua face melancólica.

*Ao menos a missão fora concluída*

Mas logo seus pensamentos retornam para o lado mórbido daquela noite.

-Amir. O carro explodiu e ele, não sobreviveu.... - ele suspira por um tempo, se preparando para contar-lhe sobre Anksu - Anksu, eu, fui dominado, e, acabei o matando... - ele fala pausadamente inconformado e envergonhado sobre tal desonra.

-Perdão. Eu falhei. - abaixando a cabeça envergonhado.

OFF: Não podia ser uma líder da seita de biquini?

Damien se aproxima, ainda maravilhado com o local novo, era bem diferente a vegetação o clima quente e úmido, o sol esplendoroso e forte, era tudo fantástico e caótico demais para Damien, mas ao mesmo tempo era ímpar, o wendigo não via a hora de começar a "trabalhar" nesse câmbio que fora mandado e claro, se "formar" e retornar como um garou graduado, pronto pra liderar uma matilha em seu amado Canadá.

Com calça jeans, camisa preta, tênis all star, Damien caminha tranquilamente, cabelo preto e um súor escorrendo pelas suas costas, trazendo uma mochila preta e um violão em outra mão ele caminha em direção ao líder da seita e ali se apresenta.

-Saudações, vento-cortante-do-lobo-diabólico, cliath wendigo galliard.

Damien se apresenta e demonstra total respeito, era um cara educado.

O Presa de Prata notava que Balik começava a entender onde estava e o que tinha acontecido. Conforme o Wendigo começar a soltar seu colarinho ele retira a mão do braço do amigo.

A lembrança sobre o que havia acontecido com Amir, no entanto, trazem um semblante triste novamente ao Wendigo e ao Presa de Prata:

- Eu sei... Doninha nos contou de Amir...

Quando Balik fala sobre Anksu a reação inicial de Kiba foi de engolir em seco aquela informação. A lembrança de Lauren atacando-o vem instantaneamente em sua cabeça, só que desta vez o resultado foi o contrario.

“Ninguém merece passar por isso...”

Quando Balik pede perdão pelo que aconteceu Kiba levanta calmamente e então, com a mão estendida, oferece ajuda para o companheiro de matilha se levantar. O comentário da Fúria Negra faz o Ahroun olhar em direção a mesma por um instante, mas logo volta-se para o Wendigo e diz com o tom de voz calmo:

- Levanta mano... Vamos nos despedir dos nossos irmãos... De Anksu... E depois nós decidimos como as coisas vão ser daqui pra frente... Tu não ta sozinho. Lembra disso... Ninguém aqui ta.

A Ahroun dos Fiannas chega um pouco depois de Balik ter perguntado por ela e a tempo de ouvir a resposta de Kiba. Esboça um sorriso para o Wendigo, enquanto olhava para as pessoas que caminhavam no Caern e se perguntava como terminava aquela noite.

Não diz nada por não ter muito o que dizer, o gosto da vitória era amargo e a dor da perda ainda muito grande. Kiba fala em honrar os mortos e Mayra apenas espera que ele guie a matilha para que siga o seu caminho e poça fazer as justas honras àqueles que tombaram combatendo a Wyrm.

Nymmeria imediatamente pára de tocar, ao ver uma mulher nos arredores, e quando ela a chama, a jovem abaixa o violino e a segue. Pelas roupas que usava, Nym já podia pressupor à qual tribo ela pertencia.
A força da energia de Gaia deixa a Fúrias Negras impressionada, e com uma gostosa sensação de bons presságios, que parece se confirmar quando Língua-Solta se apresenta.
- Muito obrigada! É um prazer ser recebida por uma mulher do mesmo Augúrio que eu. - diz com um sorriso, caminhando alguns passos atrás da garou.

Nymmeria não consegue deixar de se deter algum tempo no porte e na beleza do líder da seita, e assim que sua guia se despede, Aryanne retriui o sorriso.
- Obrigada, Língua-Solta. Por sua recepção e sua prestatividade. Tenha uma boa noite e que a Wyld guie seus caminhos.

Em passos suaves, ela se aproxima de Falcão-de-Prata, dedilhando as cordas de seu violino, com  notas musicais simples, mas bem executadas. Percebe outro garou se apresentando, trazendo também um instrumento musical. Um Galliard, especula ela antes mesmo de ouvir a apresentação de Vento-Cortante, e colocando-se ao lado dele, também se apresenta.
- Saudações. Aryanne Sarmento, Nymmeria. Cliath Hominídea, Galliard das Fúrias Negras.
O tom da garou é polido e ela olha nos olhos do líder da seita, erguendo um pouco o queixo para compensar a diferença de altura entre eles.

A atenção que o Presas de Prata dispensa aos dois recém-chegados, apesar da agitação na seita, faz o garou subir ainda mais no conceito de Nym, tanto que a surpreende saber que ele era líder há tão pouco tempo. Se perguntou o que teria acontecido ao líder, ou à lider, anterior, mas não era um bom momento para perguntar.

Ela compreende a pressa de Wolfhere, e ao receber o pedaço de papel que ele oferece, seu semblante se entristece pela perda das duas garous.
- Que Gaia as receba com generosidade... Não se preocupe conosco, entendemos que deve estar ocupado. Obrigada por tudo.

A Galliard é breve, em consideração aos deveres do líder da seita. Se afasta alguns passos e assim que Vento-Cortante faz o mesmo, a Fúria o aborda.
- Não pude deixar de reparar que você compartilha meu Augúrio. E minha paixão pela música. - aponta com a cabeça o violão que ele traz. - poderíamos combinar de tocar juntos algum dia. Qual estilo musical você prefere?
O olhar da garota é curioso e simpático.

Os olhos ainda lacrimejavam quando segurou a mão de Kiba, aceitando a ajuda para erguer-se da relva molhada. Observou Mayra e os demais com pesar e seguiu Kiba para onde ele o guia-se.

O ódio e o rancor crescera dentro do Wendigo, espalhando-se pelo seu coração, secando-o e enrijecendo-o.

Ao levantar Balik o Presa de Prata da um leve tapa no ombro do companheiro de matilha. Sem perder mais tempo Kiba se prepara para chamar a todos para o cemitério quando Julian surge do meio da mata.

As palavras do companheiro de matilha eram confusas, mas o fato de estar partindo em um momento como aquele não agrada o Presa de Prata. Kiba nem tem tempo de dizer até logo, pois Julian logo desaparece diante de todos. Quando a Fúria Negra questiona o que havia acontecido ali Kiba apenas diz:

- Não sei...

As palavras são ditas em meio a um suspiro, pois com Julian partindo somente Kiba e Mayra seriam a frente de matalha da Esquadrão da Fúria. O Presa de Prata olha para a Fianna por alguns instantes, como quem da a Beta o direito de ir falar com Julian se quisesse.

Assim que Kor se junta ao grupo Kiba olha para todos e diz:

- Vamos... O cemitério não é muito longe daqui...

Dito isso Kiba começa a caminhar novamente. Desta vez em direção ao cemitério da seita.

Off:

Segue no tópico do cemitério

Damien escuta atentamente as palavras, sentia um certo desconforto, um frio na barriga típico, tudo era novo para ele e esse "intercâmbio" era a coisa mais fantástica que já tinha feito em toda a sua breve vida, mesmo como um garoto normal e como um wendigo. As palavras de boas vindas soam como um bom agouro para o Galliard.

-Obrigado pela recepção e entendo seus afazares, vou procurar minha matilha.

Damien faz um cumprimento de cabeça com uma menção muito respeitosa. Era um menino bem educado, não tinha muita rebeldia e por ser um homínideo era bem sociável.

Damien caminha se afastando do líder da seita, já tinha o que precisava para seguir a sua matilha e assim que se afasta um pouco é abordado pela fúria negra, parecia muita simpática e receptiva, seria bom fazer amigos, pena que ela não seria de sua matilha.

-Olá, saudações - Damien sorri e estica o braço para cumprimento. - Verdade, somos da mesma lua, vamos sim marcar para tocar, eu prefiro rock e você? - Damien estava feliz, receptivo fazendo novos amigos em uma nova jornada.

Nymmeria aperta a mão estendida em cumprimento, e com um gesto sutil, ergue o violino que estava em uma das mãos.
- Eu tenho uma formação clássica, mas gosto muito de sertanejo, country americano, folk, trilhas sonoras de videogame... - dá um riso suave.

Lança um breve olhar, mais atento às feições de Damien.
- Você vêm de onde?

Mayra via a história se repetir diante de seus olhos e isso a faz sentir como se um punhal fosse cravado em seu peito. Seus olhos demonstram a incredulidade a cada palavra de Julian. Queria ele que ela se abstivesse? Queria ela que fosse desleal consigo mesma e com a participação dela na missão? Não entendi o que passava na cabeça do Roedor de Ossos, mas uma coisa era certa, pela segunda vez ele fazia o coração da Fianna sangrar.

*Abaixar a guarda pra você foi meu maior erro.* - Pensa a Fianna enquanto seus olhos chegam a esboçar uma vermelhidão, contida pela Fianna que os fecha com força e, em seguida, coça a vista com as mãos sem movimentos muito bruscos e respira fundo e segue com Kiba. Tinha compreendido o sinal dele para que ela seguisse Julian para conversar se fosse necessário, mas Mayra não faria isso. Era abandonada pela segunda vez. E, se na primeira vez Julian foi um completo babaca, dessa vez ele se mostrava fraco e jogava as consequências de uma ação impensada dele sobre ela.

Com passos firmes, Mayra segue para o cemitério junto de Kiba. Julian era algo que tinha que enterrar no passado, embora a nova ferida aberta sangrasse e doesse em uma proporção que a Fianna usava o que lhe restava de vontade para segurar. Não queria desmoronar na frente de ninguém e, para isso teria que engolir a dor pelo menos até o fim da cerimônia pelos falecidos.