[CAERN] Clareira Central

O Fianna abre um meio sorriso para Julian, ainda o encarando e ignorando a Fúria Negra por completo (era um hobby pessoal fazer isso), no fim, apenas diz:

- Você nem imagina o tipo de coisa que eu faço com sua tia rapaz... Por mim, deixamos tudo isso para lá e fico feliz por fazer o mesmo. Depois falamos sobre...coisas de família, sobrinho.

Ele até ameaça rir, mas então então recebe uma mensagem em seu celular e rapidamente baixa os olhos, lê e rapidamente responde, mas sua expressão depois disso torna-se muito mais sombria e séria:

- Eu preciso ir...A Titãs está indo para a Praça XV, caso queiram caçar alguns defuntos é só dar um toque...pelo visto tem muitos para todo mundo esta noite.

Ele da um leve tapa no ombro de Esquecido e rapidamente sai, estava visivelmente alterado com alguma coisa e sem cabeça até para discutir ou rir do que fosse...vai direito para a área do estacionamento, de onde parte com seu carro sem esperar mais nada.

* Julian não ri com as palavras de Willian mas acha tudo aquilo deturpadamente engraçado. Era irônico como a vida insistia em revelar os caminhos mais absurdos quando se era um Roedor de Ossos. Assiste a partida repentina do Fianna com um mero aceno de cabeça, não deixando de notar o semblante carregado do mesmo ao se afastar. Volta-se então definitivamente para sua matilha e assume seu lugar de direito na formação ritualística que a Juíza havia preparado. Olha para os seus irmãos demoradamente, e uma certa raiva ainda era perceptível em seus olhos. Quando fala, o faz de maneira bastante direta: *

- Mal aí pela demora, mas não deu pra deixar essa caralha passar. Eu cuido de quem corre comigo, e essa matilha taria bem melhor se geral pensasse assim..

* Diz essas palavras e, involuntariamente, seus olhos focam Ingvild, que seria rigorosamente punida. Dereck obviamente também era culpado de toda aquela situação, mas Julian havia se emputecido muito mais com a Fúria Negra. Agora veria a femea pagar por seus crimes e não sentia dó alguma ao encara-la. Era merecido. Ainda olhando para Ingvild, comenta de forma muito direta: *

- Todo o sofrimento da punição, cê fez por merecer. Então espero que cê aprenda algo com essa merda toda.

* Diz isso e não desvia o olhar por alguns demorados instantes. Ainda se lembrava da Fúria Negra rindo ao despertar.. após quase matar dois membros daquela matilha. Esquecido ainda estava nervoso com o desenrolar dos fatos quando se volta para a Juíza e assente positivamente com a cabeça, liberando a punição: *

- Quando quiser..

As palavras de Dimas foram realmente fora de hora. Ele reconhecia esse fato e quando Amanda deixou isso claro, Guardião apenas acenou afirmativamente com a cabeça e se posicionou ao lado de Kor para aguardar o início do ritual.

Dimas ouvia as ofensas de olhos arregalados. Aquilo não era apenas escárnio e zombaria, era uma tremenda violência! Ele ouviu as palavras da Juíza e não gostou, depois, ouviu as de Kor e não reconheceu nele aquele Garou honrado que estava agindo como um verdadeiro amigo desde que se conheceram no início da noite. Dimas pensou que ele estava escondendo seu verdadeiro eu e viu que tinha muito o que aprender sobre os membros da Matilha. Eles chamavam a Fúria Negra de fraca, de indigna, de lixo... ela havia cometido um erro muito e muito grave, mas aquilo só poderia piorar as coisas. Nesse momento, Dimas duvidou que aquele ritual pudesse trazer algo de bom. Ele bem sabia que sua dúvida era uma ofensa a Gaia e aos Espíritos, mas não pôde evitá-la.

Os dois que começaram o ritual se transformaram em Crinos, talvez por fazer parte do rito, talvez por temerem um novo ataque da Ahroun.

Quando Kor terminou de falar e lhe passou a pedra, o sorriso de escárnio sádico na face do Galliard fez com que Dimas o desprezasse por um segundo, mas assim que tomou a pedra em suas mãos, uma inspiração vinda de lugar nenhum fez com que viessem muitas e muitas palavras ofensivas à sua mente. Obviamente era o poder do ritual e Dimas só podia obedecer. Ele então compreendeu que seu amigo Sopro da Tempestade falou o que sentia e pensava influenciado pelo ritual e não mais o acusava de nada. Nisso, Dimas também mudou para a Forma de Batalha. Mesmo em Crinos, a aparência de Guardião dos Segredos era ainda plácida e não indicava nenhuma ameaça imediata. Talvez fosse fruto da herança dos Filhos de Gaia, ou talvez um reflexo de sua própria Fúria ou ideais pessoais. Seja como for, o Filho de Gaia poderia ter dito tudo o que viera à mente inspirado pela pedra do ritual, mas preferiu se fixar no que mais doía em Garous como Ingvild:

_Todos sabem que o fruto do amor entre dois Garou é indesejado por Gaia e desprezado pela Nação Garou. Com essa sua atitude estúpida e egoísta, você só deu mais razão para que os Garou critiquem o erro que dá origem a seres Impuros como você! A marca da vergonha de seus pais não é aparente em seu corpo, mas é visível e clara em sua alma que agora é corrompida pelo nosso maior inimigo. Você envergonha seus pares e seu erro é muito superior ao cometido por seus pais ao te conceberem.

Se calou. Estava com vontade de falar mais, parecia uma espécie de desabafo, mas ele se conteve e passou a pedra rapidamente para o próximo Garou para impedir que ela lhe instigasse a continuar mais ainda com aquela tortura. Quando se livrou da influência da pedra, olhou para Sussurros e abaixou a cabeça envergonhado pois suas ofensas a Ingvild certamente teriam atingido também ao Uktena, o que não era a intenção de Dimas, até porque ele não era contra a concepção entre garous.

Nada satisfeito com o andamento da situação, fica esperando o ritual continuar, mas não olha novamente para Ingvild.

Amanda continua a explicação do ritual do qual Cabelinho nunca tinha visto na vida. Na verdade ele nunca tinha visto muito coisa relacionada aos garous. Era o primeiro Caern do qual conhecia e antes disso só conhecia o lixão, os catadores e os pobres que moravam ao redor do lixão. Ah, conhecia ratos, baratas, cobras e escorpiões também. Além das moscas e das larvas que rolavam pelo lixo. De resto, nunca tinha visto tanta gente que era lobisomem e muito menos tantos juntos em um só lugar causando tanta confusão.

Mesmo ela explicando, Cabelinho não entende nada e espera que alguém comece o ritual antes para ele tentar entender como se fazia. Kor é o primeiro a se posicionar em meia lua. Willian vai embora e Esquecido também toma seu lugar na meia lua. Agora eram dois garous posicionados. E é claro que Cabelinho iria ficar ao lado de Dimas, e preferencialmente longe do feioso.

”Nossa.....o Sussuros é tão feio, tão feio, mas tão feio que o capeta deve estar com inveja dele. E ainda deve ter um chulé tão ruim que deve impregnar tudo ao seu redor. Será que ele tem mau hálito também? Eca....lembro do Zé Bafo.....aquele catador tinha um bafo que matava qualquer um que chegasse perto. Sussurros deve ganhar dele....certeza.”

Esquecido parecia meio bravo, ou era apenas a impressão (imaginação) de Cabelinho. Quando Dimas vai na direção da formação de meia lua, Cabelinho corre do lado dele e se enfia logo atrás dele. Não se importava de ficar ao lado de Sussurros se fosse o caso, desde que o bafo matador dele não matasse o Roedor.

”Qual seria a punição de uma garou que matou seu irmão de matilha por ter bafo fedorento? Escovar os dentes?”

Amanda então começa o ritual. Ela se transforma e segura a espada em uma das mãos. Cabelinho tenta ver no meio das pernas dela para verificar se ela era mulher mesmo. Mas naquela forma não tinha como ou tinha? Ele não tinha prestado atenção se dava para ver se o Esquecido, IngVild ou Mayra tinham distinção de sexo nas partes íntimas. Mas ele começava a acreditar que Amanda era tipo um traveco que arruma o bilau para parecer não tê-lo. Ele balança a cabeça para os lados para tirar estes pensamentos da sua cabeça e presta a atenção nas primeiras palavras de Amanda.

As palavras de Amanda eram bem ofensivas e Cabelinho não queria estar ali para falar mal de uma irmã de matilha que nem conhecia direito. O que diria dela? Músculos demais? Cérebro de menos? Cara de doida? Olhos esbugalhados? Cabelo bem cortado e bem lavado? Roupas chiques? Isso não parecia ser parecido com nada do que Amanda dizia. E se ele dissesse alguma coisa deste tipo, com certeza seria repreendido pela Philodox traveco.

Kor é o segundo e ele fica em Crinos também. Como estava em um ângulo complicado, Cabelinho resolveu não dar aquela conferida porque poderia ser repreendido também. Aquilo só poderia significar que ele tinha que ficar em Crinos. Era possível ouvir os outros garous que assistiam a tudo zombarem e apontarem para IngVild. Cabelinho estava preocupado. Ela seria capaz de segurar a fúria que não conseguira segurar antes? Ele duvidava muito. Kor também não é nada sutil para com as ofensas. Esperava que Dimas fosse mais calmo e menos agressivo que Amanda e Kor. Cabelinho não sentia medo e sim pena de IngVild por ela estar passando por aquilo por sua causa.

Era a vez de Dimas e Cabelinho seria o próximo. Dimas também toma a forma Crinos e ele começa a falar. Não sobre o descontrole de IngVild mas a culpa por ela ser uma Impura. As palavras de Dimas eram mais sucintas, mais brandas do que as de Amanda e de Kor e quando Dimas passa a pedra à Cabelinho, ele sente algo estranho em seu corpo. Era como uma inspiração doentia para acabar com a reputação de IngVild.

Antes que começasse a falar, Cabelinho toma a forma Crinos e era possível ver que todos os seus pelos eram negros como a noite. Cabelinho inspira fundo como tentando se concentrar e olha IngVild nos olhos, proferindo logo em seguida:

-Você é uma garou nova. Acabou de chegar à matilha e antes mesmo de sairmos em missão esta noite acabou causando uma confusão que quase matou dois garous de nossa matilha. Sendo um deles o nosso Alpha. A vergonha do descontrole é desconhecida por mim, pois nunca passei por isso, mas é perceptível ver que isso é muito superior a qualquer outra coisa. Você não só envergonhou nosso Alpha sucumbindo ao Frenesi, envergonhou nossa matilha, este Caern e toda a nação garou por não conseguir abrandar sua fúria.

Cabelinho queria estar fazendo as coisas certas, mas não sabia se o estava fazendo e então continua:

-Por seu descontrole todos a tomarão como fraca e como indigna. Espero que as palavras ditas aqui sejam para seu aprendizado e evitem um novo acesso do qual presenciamos aqui neste Caern. A vergonha do descontrole recai sobre ti.

Cabelinho então passa a pedra para o próximo garou da formação de meia lua. Estava inspirado quando a pedra estava em suas mãos, mas agora que ela era passada ele sentia vergonha de suas palavras. Quem era ele para dizer algo de ruim de algum outro garou? Estava realmente decepcionado e agora entendia porque Amanda e Kor foram tão brutos para com IngVild.

Sussurros ouviu as palavras da Fúria Negra insultando Ingvild, dizendo que ela havia caído para a Wyrm. Parecia de certa forma justo. Sentiu entretanto que se fossem para ele as palavras, teria se magoado e ficado com o rabo entre as pernas. Sentiu vergonha de participar do ritual. Mas sabia que não poderia se esquivar. Assumiu lentamente sua forma de nascimento, um Garou de pelo acinzentado, um pouco desbotado e continuou ouvindo.

As palavras de Kor o encheram de desprezo. Citou sexualidade, reduziu a Garou a lixo e cuspia palavras venenosas com intenção de destruir.  O Xamã decidiu ali que Kor era mais perigoso que Dereck. O Andarilho era incapaz de entender no que tinha errado, mas o Senhor das Sombras sabia muito bem o que estava fazendo. Malditos Guardiões das Canções e suas línguas ferinas.

Mas o que veio a seguir deixou Sussurros consternado. O pacífico Filho de Gaia ao pegar a pedra maldita despejou seu desprezo pelos impuros, mesmo que em poucas palavras, e demonstrou que com o estímulo certo qualquer pessoa é capaz de fazer bullying.

No instante que pegou a pedra Cabelinho iniciou uma sequência de agressões. Parecia que o pequeno já estava realmente corajoso e a aparição da Doninha mais cedo tinha feito bem a ele.

Fechando a cara, tirou a pedra da mão dele e se preparou para falar uma ou duas palavras. E aí sentiu o poder do ritual. Aquela pedra encantada quebrava as barreiras do seu autocontrole (que não era dos maiores) e liberava o pior de dentro de si. Agradeceu a Gaia por não ser Galliard.

- Sua Garou burra. Sua estupidez deixou a Corruptora encostar em sua alma e espalhar desgraça nesse santuário de Gaia. Um Caern de cura, e você tem coragem de trazer seus demônios internos e sua loucura para esse lugar sagrado? Seu povo estava entre os invasores das terras puras e no entanto sempre teve o respeito do meu. E você macula sua herança deixando a Wyrm guiar seu braço e rasgar a carne dos mais fracos?- Olhou para Dereck com o canto do olho - Aqueles que você deveria proteger? Seus semelhantes? Você é impura sim, disse virando-se para Guardião, mas você pode ser maior do que qualquer um desses nascidos macacos, você só precisa ser mais forte do que é agora. Tenho vergonha de ser da sua matilha.

E passou a pedra, não aguentava mais e queria parar com aquilo ali. Se fosse verdadeiramente corajoso teria destruído a pedra. Como não era, deixou que o ritual seguisse. Torcia que ela sobrevivesse aquele obstáculo para ser a maior guerreira da matilha. Seu olhar estampado de raiva poderia ser interpretado como ódio da estupidez da Fúria, da agressão ao seu nascimento impuro, mas na verdade dirigia-se à Tolerância Zero, por ter escolhido um ritual tão degradante e que parecia que ia trazer mais dor e talvez morte aquele lugar.

Estava impassível, calada e um tanto entediada com aquilo tudo. Era esporro, bronca, e obviamente era óbvio que tinha muito cacique na matilha, todos queriam mandar, opinar e até mesmo líderes de outras matilhas queriam dar pitaco, mas enfim, seria punida, seria castigada e mais uma vez incitariam sua fúria.

Permaneceu calada por muito tempo, Ingvild parecia envolta em pensamentos distintos, em frases perdidas em sua mente, começava a refletir sobre o que aconteceu, se aquele era realmente o seu lugar.

Enfim, deveria passar pelo ritual antes de reavaliar sua vida.

E assim começou.

Fora feita a inscrição no chão, Ingvild olhara para cima e vira a lua pulsando no céu, lua cheia, propícia a guerreiros, ao sangue com fervor, os escárnios começam.

Primeiro a Amanda, emitindo palavras como descontrole, desonra, lâmina, enfim, dificil para a Ingvild, mas ela conseguiu engolir o seco, as palavras eram duas em sua mente, mas eram ouvidas uma por uma e silenciadas descendo em um amargo e seco sentimento estranho pela sua goela.

Depois veio Kor, o galliard, ele seria como sempre um dos que "caprichariam", afinal era do seu augúrio ter o dom das palavras. Estava escutando seco as palavras do garou, uma a uma, e no fundo, gostou em saber que o mesmo não se importava se era femea ou não, fechou os olhos e escutou a palavra mocréia, se agarrou a essa palavra e s conteve, achou engraçado o termo, diferente...

Terceiro, Dimas...

Achou que os insultos do garou foram golpes que não usaram sua força completa, sabia que o garou poderia ser pior, mais duro, mas tocou algo que sempre sofrera, sua geração, e em sua mente voltou o fato de sua mãe ter sido violentada pelo seu pai, dois fenris que deveriam trabalhar juntos...enfim, não era algo bom de se pensar.

Cabelinho falou...

Também não fora muito incisivo em suas palavras, Ingvild estava ficando mais irritada, não pelas palavras em si, mas pelo ato de ser insultada em praça pública, pensava se aquilo era realmente necessário e olhava para Amanda.

*Essa vaca!*

O nervosismo começava a bater, mãos suando, pés agitados, um tremelique insistente, dentes rangendo, músculos retesados, uma sensação de vertigem. Ingvld fecha novamente os olhos e tenta se controlar...

Sussurros..

CHEGA.

Era o que gritava em sua mente, as palavras do garou não foram ouvidas, sua vida passou em lapsos e mostrou que era na verdade uma filha de fenris, era impura, era uma fúria, era de gaia, era da wyrm...

-AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Ingvild dá um berro, leva as mãos as temporas que doiam, como um berro incessante de dor, de que não aguentava mais, uma voz falava em sua mente mais uma vez:

Venha para o lado certo, não escute mais, tenha o respeito que merece, abandone essa matilha se junte a quem é igual a você.

E assim veio o descontrole, veio a palpitação, o calor, o sangue fervente, a mente corrompida novamente.

Assim um crinos enorme surge de Ingvild, um crinos, feroz, combatente, babando, sedento por sangue e se dirigindo em direção a sussurros, com os glifos da wyrm brilhando em seu pêlo.

-Mostrarei o que é vergonha!

Assim Ingvild parte para cima de sussurros em uma desenfreada ação, tomada pelo Frenesi, tomada pela wyrm.

Não teve nem tempo para refletir sobre o peso que suas palavras tinham sobre a pobre Garou. Mais rápido que olhos humanos poderiam perceber, a Fúria Negra se converteu novamente em uma criatura da Wyrm! Seu ódio explodia em um ataque que certamente teria resultado no fim do Xamã. Que morte estúpida pensou. Sua vida passou diante de seus olhos, e considerando sua falta de memória, a cena não durou nem um piscar de olhos. Sentiu seu corpo banhado em sangue e não sentiu dor no baque que o derrubou no chão. A morte parecia mais simples do que tinha imaginado. Só que não. Ele não tinha morrido. Ingvild tinha sido decapitada por Amanda e Sussurros ficou em choque. Quando Amanda ofereceu um braço para o Uktena ele bateu na mão dela afastando-a. Carregando o corpo de Ingvild até a cabeça aos pés de Dimas, juntou as partes decepadas e tentou curar como mais cedo tinha visto o Filho de Gaia fazer com braço de Dereck.

Concentrou-se com toda sua  energia espiritual e tentou ligar tendão, carne, osso e sangue. Estava claro que faltava algo ali. Não havia nenhum sinal de vida no corpo da Garou.
Olhou para Dimas com lágrimas nos olhos e disse:

- Faça alguma coisa, por favor.. faça alguma coisa. Ela era nossa irmã e não consigo... não consigo.

O ritual prosseguia. Cabelinho e Sussurros não haviam sido muito ríspidos em suas palavras, mesmo assim, o acúmulo de Fúria fez com que, novamente, Ingvild perdesse o controle e partiu rapidamente para cima de quem estava com a palavra: Sussurros. Em um lampejo, a cabeça dela voou para perto dos pés do médico que apenas ficou olhando, embabacado. Nisso, Sussurros o surpreende mais uma vez, veio chorando, querendo curar a Fúria Negra que já estava morta, pedindo para que Dimas o fizesse. Dimas teve muita dó e queria poder ajudar seu irmão de Augúrio e quando foi se abaixar para confortá-lo, a Philodox que de apaziguadora não tem nada veio e puxou o Xamã com uma violência desnecessária. Além disso, jogou para Esquecido todos os defeitos que ela via nos novos membros da Matilha, inclusive em Dimas. Pena que Guardião não tinha um posto à altura para discordar das palavras da Philodox, porque se tivesse, ela ouviria muito a respeito do que pensavam dela...

Dimas não disse nada, apenas observou com pesar o que estava acontecendo. Se ele soubesse aplacar a Fúria da Ahroun, isso tudo não teria acontecido. Ele era fraco e desejou fazer como Mayra e simplesmente se afastar daquela bagunça toda. Não por medo, mas por saber que, no fundo, a impaciente Tolerância Zero talvez tivesse razão e ele não fosse de ajuda para Gaia ou para a Nação. Imerso em seus pensamentos depressivos, continuava mudo.

O Xamã foi levantando pelos cabelos, e mesmo em seu Crinos de pelos desbotados sentiu na pele a dor dos atos e palavras de Amanda. É claro que ela tinha razão quanto à necessidade de punição da Fúria Negra, mas a humilhação e o fato de ver pela primeira vez um Garou morto (que ele lembrava claro) em sua frente o deixaram desnorteado. Levantou-se e com um olhar frio disse:

- Não me toque mais Tolerância Zero, você perdeu meu respeito. Até então eu acreditava que seus julgamentos eram duros mas tinham a intenção de elevar a matilha como um todo. Hoje ficou provado que não. Você era a única que conhecia o ritual e sabia muito bem que a sua irmã de tribo não ia resistir. Eu fui covarde sim, mas não de chorar por uma Garou morta, mas sim por não ter impedido esse ritual maligno. Teve que se segurar para parar de tremer, tinha um misto de raiva e medo da Fúria Negra, mas jamais demonstraria aquilo em respeito à Doninha.

- E se você disse que meu papel era de Curandeiro e Xamã, então não me venha falar que eu tinha que lutar sozinho contra uma Guerreira que quase matou o nosso líder, conhecido por ser um poderoso Guerreiro. Me ajudar foi apenas a sua obrigação de arrumar a bagunça que você mesma criou. Sabia sim que essas podiam ser suas últimas palavras, mas esperava que a Fúria Negra fosse julgada por uma Legisladora tão terrível quanto ela mesma, se entrasse em Frenesi da Wyrm.

* Como esperado, o ritual tem seu início e começa muito bem.. embora talvez não para a Julgada. A Juíza exemplificava o que deveria ser feito com maestria ao escangalhar completamente a imagem de Ingvild. Assiste, ainda, o Galliard Senhor das Sombras em ação. As palavras normalmente amistosas e conciliadoras agora davam espaço para um extenso rol de impropérios. Julian não entendia direito como a pedra funcionava mas poderia ter uma ideia, baseada na alteração de personalidade daqueles que a tocavam. Se pegou imaginando se a pedrá seria capaz de transformar sua personalidade já escarninha em algo ainda mais sátiro. Duvidou que fosse possível. Abandonou esses pensamentos apenas quando o discurso "motivacional" de Kor chegou ao seu ápice e, com uma sobrancelha subitamente erguida em sinal de curiosidade, reflete: *

" MOCRÉIA?! Mermão.. até que cê xinga bem, pros ´parametricos' de uma traveca.. "

* Apesar da situação hostil, chega a esboçar um pequeno sorriso ao avaliar que nunca havia ouvido a palavra "mocréia" deixar os lábios de qualquer criatura que não fosse um homem travestido de mulher. Talvez o Senhor das Sombras gostasse de brincar de Kinder Ovo, no final das contas, e sempre ter uma surpresinha depois de desembrulhar o pacote. Divagações a parte, Dimas também contribuia para o ritual, seguido de Cabelinho e Sussurros. Os dois primeiros surpreendem ao finalmente mostrarem uma postura menos apaziguadora e/ou retraída. Ainda assim, seus discursos ainda eram brandos comparados aos demais. Talvez a pedra não fosse assim tão poderosa, já que os dois últimos haviam pegado mais leve.. ainda assim, Dimas conseguiu pegar num ponto tabu, que era o nascimento impuro. Julian olha para Ingvild nesse momento, desejando descobrir quão intensamente ela seria atingida pela vergonha do nascimento pecaminoso, e descobre que o ponto realmente atingia forte. Já Sussurros faz jus ao que já vinha apresentando e não sente pena na hora de empurrar a vassoura com força reto adentro. *

" O preço dessa porra toda não saiu barato.. geral tá rindo da cara da vadia.. "

* Ainda estava com raiva de Ingvild por seu comportamento absolutamente imbecil e se preparava para tomar a pedra e desenhar algo bastante "agradável".. não iria pegar leve. Enquanto formulava em sua mente a imagem que pretendia retratar, ouve o grito em fúria e a percepção de movimentos bruscos o atinge como um raio. Novamente a adrenalina bombava em suas veias e a vontade de agir lhe toma o corpo. Enquanto a Fúria Negra Ahroum avançava para cima de Sussurros, um outro vulto também se movia e Julian soube que era a Juíza mais por instinto do que por consciência. Tudo acontece muito rápido. No tempo de algumas batidas de coração o negócio já estava acabado. Chega a se aproximas do corpo tombado e fixa os olhos ali por alguns instantes. Sabendo que Sussurros não estava ferido, tem tempo para divagar: *

" A wyrm sempre foi uma puta ingrata.. não vai te quere agora que cê tá uma cabeça mais curta.. "

* Fica ali parado por alguns instantes, tentando descobrir se seria capaz de se permitir algum tipo de sensação de perda. A resposta implacavelmente chega da forma mais cruel que poderia vir: Não. Não sentia nada por Ingvild. Nem piedade, nem saudade, nem dor.. e agora nem raiva. Havia assistido tantos Garous tombarem nos últimos dias, de forma tão mais injusta, que não conseguia se permitir algum sentimentalismo. Simplesmente estava terminado, e talvez para o bem da matilha. Sem cerimonia alguma, cospe forte de lado, no chão, para externar o que estava sentindo: desprezo: *

" Alguém ia acabar morrendo por causa da feladaputa.. foi melhor assim. "


* É com surpresa que assiste Sussurros surtando e tentando colar a cabeça da guria decapitada de volta no lugar. Se esperava isso de alguém, era de Dimas ou de Cabelinho.. nunca de Sussurros, que geralmente se mostrava muito mais insensível. *

" Uktenas realmente são uns porras estranhos.. "

* Não iria intervir naquela demonstração de dor, embora a julgasse mal. De qualquer forma, não era seu papel julgar nada.. o papel era de Amanda, que realmente o assumia com bastante vivacidade. Julian se pega assistindo a Juíza puxar o cabelo do Theurge com selvageria e o repreender. Não esperava menos. Talvez um líder mais brando interviesse, mas não Esquecido. Esquecido, além de Ahroum, era um Roedor de Ossos, e tinha o costume de deixar que os outros se virassem tanto quanto ele próprio já teve que se virar pra não se foder. Toma nota das palavras da Juíza ao se aproximar dele e dizer que teria muito trabalho com aquela matilha.. e talvez, no fundo, soubesse de tudo aquilo. Não queria, no entanto, deixar-se vencer antes de tentar. Ainda transformaria aqueles cuzeiros todos em Garous de verdade.. ou os veria morrer, como já vira tantos outros.. e talvez visse mesmo, porque novamente um foco de confusão se formava. *

* Estava realmente farto de confusões infindáveis e não tinha muito mais paciência quando nota que Sussurros estava se rebelando contra o sistema hierárquico da matilha. Não conseguia crer que, logo ele, estava tomando a atitude mais imbecil. Olha fixamente para o Theurge Uketena, prestes a acabar com aquilo de uma vez por todas, quando Dereck se interpõe no assunto. O gesto do Andarilho era realmente louvável e claramente visava evitar uma pica ainda maior e mais grossa para o orifício apregoado de Sussurros, embora a Voz do Chacal incomodasse mais do que apaziguasse.. mas o que estava feito estava feito, e não dava mais para mudar a linha de atuação que estava tomando com a matilha. Se limita a dizer com dureza para o Uktena: *

- O ritual de punição tá aí pra foder e fazer crescer, não pra fazer massagem nem pra passar mãozinha na cabeça de ninguém. Se a guria não aguenta segurar a própria onda, então ela não merece essa matilha. Mais cedo ou mais tarde, quem ia morrer por causa do descontrole da vadia?! Você, algum Galliard, os Ragabashs, eu!?

* Sustenta o olhar duro e incisivo por alguns instantes, antes de concluir: *

- Abre o caralho do olho, mermão. Cê tá sofreno pelo que ela poderia ter sido, não pelo que ela foi.

* Passa por Dereck então, dando um tapa no ombro do mesmo como sinal de agradecimento pelos esforços, e segue em direção a Juíza, com quem fala sem maiores demoras: *

- Com trabalho ou não, essa matilha ainda vai fazê eles virarem Garous de verdade. E é melhor que seja antes do que depois. Tá liberada pra julgar o Theurge Uktena e fazer ele entender como uma matilha funciona. E depois que terminar com isso, e isso é pedido meu, faz ele providenciar qualquer que seja o enterro que o corpo merece.

* Sem mais, apenas se volta para o resto da matilha com olhos duros e aguarda. Estava determinado a acabar com aquela palhaçada definitivamente, e se aquele era o caminho que a matilha entendia, infelizmente assim seria. *

Cabelinho sabia que aquilo iria acontecer. Achou que seria com ele, que ele seria atacado por IngVild que não conteria diante das palavras do Roedor. Mas não, tinha se enganado. IngVild perde o controle diante das palavras do feioso chulezento do Sussurros. Tinha que ser ele né? Tinha que ser o garou suspeito da matilha. Talvez ele sabia que aquilo iria acontecer justamente com ele, por isso que viera ficar ao lado de Cabelinho. As ofensas de Amanda, Kor (mocréia estrambólica?), Dimas e Cabelinho pareciam ter chegado ao limite e Sussurros só fez derramar o copo cheio.

IngVild toma a mesma forma de antes e agora Cabelinho consegue ver os veios negros que a contornavam. Havia sucumbido a Wyrm, pelo que ouvira anteriormente e aqui era muito perigoso. Mesmo estando ao lado de Sussurros e em Crinos, Cabelinho não teve nem tempo de agir. IngVild era muito rápida e quando Cabelinho achou que iria ser lavado pelo sangue de Sussurros a cabeça da Fúria Negra cai aos pés de Dimas que estava ao seu lado. O corpo, por sua vez, cai por cima de Sussurros. Amanda havia ceifado a vida da Fúria Negra sem nenhum pudor ou visível remorso.

O corpo de IngVild é retirado de cima do corpo de Sussurros com um chute leve de Amanda. E ela, toda complacente pergunta se ele estava bem. Mas Sussurros tinha que botar tudo a perder. Sussurros ainda tenta trazer IngVild de volta à vida. Um erro fatal. Era como passar por cima da justiça da Philodox e Cabelinho apenas vira o rosto para o outro lado querendo acreditar que aquilo realmente não estava acontecendo, mas estava. Além de ameaçar Sussurros, Amanda ainda diz que Cabelinho era fraco e covarde. Cabelinho até pensou em abrir a boca, mas seu lema sempre vem à tona e ele permanece quieto. Era a Juíza da matilha falando agora e ele não iria passar por cima dela, como Sussurros fizera. Cabelinho mostraria àquele traveco que ele era corajoso e forte.

Ninguém falou depois das palavras de Amanda, não imediatamente. Cabelinho, ainda em Crinos, viu que Dimas até tentara confortar Sussurros de alguma forma, mas havia desistido. Então o feioso fala de novo. E com certeza as palavras dele não seriam bem vistas pela Philodox. Cabelinho até entendia os sentimentos de Sussurros, mas ele não precisava contradizer a Juíza. E claro que Sussurros estava sendo corajoso em vomitar tudo aquilo para Amanda. Mas a retaliação poderia ser a cabeça do Theurge rolando pela Clareira Central.

Dereck se prontifica a dizer que Amanda estava certa e que Sussurros não poderia estar contradizendo o julgamento dela. Mas ele estava. Cabelinho olha para Dereck e não se move, apenas observa, a voz do Galliard robótico era estridente e horrível de se ouvir, mas Cabelinho não faz menção de tapar os ouvidos. Aquilo também era sua culpa. Não era hora de colocar lenha na fogueira. Já havia visto sangue demais naquela noite e precisa mesmo era de um banho. Acreditava que quando voltasse à sua forma humana, o sangue seco de Dereck poderia ter deixado seu corpo, ou a maior parte dele.

Esquecido também é bem direto para com Sussurros e neste momento Cabelinho retorna a forma hominídea apenas para constatar que a maior parte do sangue de Dereck em seu corpo não estava mais lá. Ficara até feliz por perceber isso quando seus olhos param sobre o corpo de IngVild. Vê-la ali, morta, lhe trazia lembranças estranhas. De alguns moradores de rua mortos ao amanhecer. Mas nada mais que isso, afinal ele não tinha muitas lembranças.

Dois outros garous se aproximam e uma conversa se inicia entre eles e Amanda. Sussurros seria punido três vezes. A Voz do Chacal, teria Caldo Kor como tutor e iria se submeter à punição da Pedra do Escárnio. As punições, antes desconhecidas por Cabelinho, começam agora a fazer parte de sua vida como nunca antes. Logo ele seria perito naqueles tipos de rituais e poderia até se ver comandando um deles. Pelos comentários dos outros dois garous a Esquadrão da Fúria estava em maus lençóis perante a seita. E isso, até Cabelinho sabia que era ruim. Quando Amanda pergunta se todos estavam prontos para o recomeço do ritual, Cabelinho apenas acena positivamente com a cabeça. Teria que mudar de forma novamente quando chegasse a sua hora de falar mal de Sussurros.

E mais uma vez as coisas saiam do eixo na Matilha. O Urso ainda estava ali, apesar do perigo do frenesi ele não deixaria Dimas sozinho. O Xamã volta a falar, novamente discutindo com Amanda e comete o erro de ir contra a sabedoria dos Espíritos, ao insultar o Ritual. Algumas sabedorias antigas servem à Nação durante eras e são... são o quê? Se muita coisa não mudasse na Nação, os Garou estavam fadados à derrota. E para piorar, Gaia acabara de perder uma guerreira, não para a Wyrm, pois ela ainda tinha salvação, mas para o próprio presente de Luna, a Fúria, e para a espada de uma filha de Gaia. Quanta ironia...

Então Cracker tenta arrumar um poucos as coisas e depois oferece seu pescoço. Dimas não compreendeu. Ele não havia sido derrotado em uma batalha justa e, por Gaia!!! Quem em pleno século XXI ainda levava essa parte da Litania a sério??? Talvez os Garras ou os Crias, mas os Andarilhos??? Quando o Alpha falou, pedindo mais um castigo, Dimas teve ímpeto de pedir clemência por Sussurros. Ninguém ali conhecia seu passado, ninguém sabia os motivos que o levaram a agir daquela forma. Agora, parecia que ter piedade de um irmão de Matilha também era um crime terrível e punível com um ritual tão cruel! Guardião dos Segredos teve ânsia de vômito, mas não interviu, já que a Juíza nada pacificadora já havia alertado a Esquecido sobre o "Theurge que se intromete nos julgamentos". Logo após, dois anciões, ou algo do tipo, se aproximam e discutem sobre mais punições. Dimas suspira fundo. Eles falavam de punições de morte como se fosse fácil sair por aí matando Garou em vésperas do Apocalipse! Se Guardião pudesse, saíria fazendo vários e vários Rituais de Purificação em todos os Dançarinos da Espiral Negra que encontrasse pela frente. Faria quantas vezes fosse possível afim de retirar a Mácula da Corruptora de suas almas. Nenhum Garou pertence à Wyrm, nossa essência é puramente de Gaia. E esses Anciões não pensar assim é lastimável.

Sem ter o que fazer, como o recém saído do Ritual de Passagem que era, Dimas se posiciona para o novo Ritual da Pedra do Escárnio e quando Amanda pergunta se estavam prontos, responde:

_Sim.

E se voltando para o Alpha:

_Esquecido-rhya, gostaria de pedir que o senhor permita que nos retiremos para descansar e colocar as ideias no lugar depois que o ritual for feito. Resolver tudo de cabeça quente e a essa altura da madrugada, principalmente na frente de todos, só fará com que mais ações impensadas surjam e novas punições sejam necessárias. Por favor, Rhya.

Ele tinha o tom respeitoso, praticamente de súplica. Queria descansar, queria que seus irmãos parassem um pouco para refletir sobre tudo o que aconteceu hoje. Ajudaria a Sussurros no enterro de Ingvild e esperava, do fundo do coração, que Kor se propusesse a entoar a Cerimônia pelos Falecidos.

Dimas não entende por que suas palavras não eram compreendidas por aqueles Garou. Ele havia pedido o descanso depois do Ritual ter terminado. Justamente por esperar que novos problemas não surgissem... e para impedir que surjam!
Trovão-Inquisidor fala como se Dimas tivesse falado uma asneira ou cometido um deslize, e ele não via assim. Afinal, já estava posicionado para o Ritual... então Kor fala com Dimas sem mover os lábios. Era algo desconhecido para o Garou que deixou a curiosidade tomar conta de qualquer sentimento ruim. Ele conseguia conversar com seu Urso telepaticamente, mas não achou que isso funcionasse entre os Lobisomens. Isso seria muito útil... Kor, como sempre, era prestativo e amigável e dá um conselho ao Theurge, que o acata abaixando o olhar diante de Trovão-Inquisidor e apenas afirmando com a cabeça dizendo que havia compreendido o recado. Assim, responde a Kor:

(telepatia)_Eu entendo, Kor. Acontece que já passamos por muita coisa ruim hoje. Quatro membros já sofreram punições... eu não entendo bem disso, mas acho que deve ser um novo record, já que acabamos de nos formar como Matilha. E te confesso que essas não foram as melhores boas vindas que já recebi!

Termina a frase com um leve sorriso ao Senhor das Sombras, nada que chamasse a atenção dos outros. Ele ainda continuava prestando atenção ao que acontecia ao redor.

Para a surpresa do Filho de Gaia, Kor havia recebido a sua mensagem. Ele arregalou levemente os olhos demonstrando surpresa, mas logo se recompõe, olhando ao redor e responde novamente a Kor.

(Telepatia)_Que Gaia nos dê essa paciência e faça essa fase acabar logo. Você viu e ouviu bem, nossa imagem está manchada com todo o Caern, com os anciões e até com os membros mais antigos da Matilha. Amanda reclamou de todos nós ao Alpha. Teremos de trabalhar para mostrar nosso valor para nossos irmãos de Matilha e para toda a Seita, o que será difícil. Acredito que a missão no Hospital poderá contribuir para isso... mas enfim, deixemos as coisas acontecerem...

O tom de Dimas era desanimado, mas quem poderia culpá-lo?