A Umbra Rasa (Penumbra)

Águia Real - Vingadores

Mal tinham acabado de vencer a batalha e as coisas se complicam, o chão não havia parado de tremer e logo a terra se abre sob seus pés, toda matilha cai. O Ahroun sente seu corpo atingindo o Magma e uma dor excruciante tomava conta de seu corpo, pouco a pouco ia afundando e sentindo sua vida se esvair, via toda sua matilha junto com ele, pensava que se fosse pra morrer, que morresse ao lado daqueles garous que lutaram bravamente por suas vidas e seus ideais naquele lugar, naquele coliseu.

Perde a consciência e só acorda quando sente que alguém havia chegado perto de si, abre os olhos repentinamente e vê que era Ingrid perto de seu corpo caído no chão. Se levanta devagar achando que seu corpo estaria todo dolorido mas não estava, estava completamente curado. Seu semblante era de puro cansaço, o garou havia se esforçado demais e a última coisa que lembra era de estar morrendo no mar de lava. Ao fazer o giro do horizonte, percebe que estavam na entrada do Reino, ao que parecia, tinha conseguido acabar com o mal que ali atuava.

Aos poucos ele se levanta e confere que todos os seus pertences estavam com ele, então coloca sua mão no ombro de Ingrid e pergunta:

-'Você está bem?'

Logo após a resposta da Uktena, ele olha para sua matilha e diz:

-'Todos estão bem??'

Imaginava que se ele estava bem, todos também estavam, mas se preocupava com sua matilha e queria ouvir isso de cada um ali. A primeira parte da missão estava concluída, precisavam se reorganizar e seguir em frente, notou que os demais garous conversavam perto de uma fogueira, ele ainda não interromperia os garous, primeiro falaria com seus irmãos.

Notando que o Philodox estava sem calças e a surpresa dele o Galliard apenas ri e comenta.

"- Vai dizer que é o frio que explica... Isso ai?"

Uli aponta para o meio das pernas de Bolvar, fazendo o tipico sinal com os dedos indicador e polegar.

Então vê que Iurd desperta, tinham que decidir o que fazer e aquela friaca não ajudava. O Galliard se aproxima da fogueira que os outros estavam fazendo, tentando esquentar as mãos. Quando Iurd fala com ele, o Presas apenas sinaliza com o polegar que estava ok. Agora precisavam pensar no que fazer. E Uli não sabia qual era a continuação da missão, então se mantem calado.

Ingrid responde para Iurd quando ele pergunta se ela está bem:

- Sim, estou.

Estava em plenas condições, ainda precisaria meditar um pouco para recuperar sua Gnose, mas não faria isso ali. Ouvia o comentário dos três membros mais jovens da matilha e apenas olha com uma cara de quem acha aquilo tudo tão... patético.

*Homens, sempre iguais.*

Não era radical, nem feminista como as Fúrias Negras, mas realmente achava aquilo tão tão... enfim, não tinha nada a ver com o assunto e apenas aproveita para se afastar. Que se comessem se assim quisessem desde que não invadissem o espaço de Ingrid. Essa era a filosofia da Garou que se afasta e se junta com os adultos da missão, cumprimentando a todos e falando:

- Temos algum esquema de ronda pronto? Eu pretendia me recolher para meditar e tentar recuperar minha Gnose, acho que todos devem estar precisando disso.

Ingrid olha para o Fenris que havia sido resgatado e pergunta:

- Sente-se bem, Glorioso Punho de Odin?

Bolvar ouve um resmungar e depois uma resposta amarga vindo da Uktena. O que não era uma surpresa. Definitivamente aquela Garou precisava de um abraço.

- Estamos bem sim Águia Real... Felizmente o pior já passou...

Era o que o Fianna acreditava ao menos. O Philodox já iria se sentar proximo ao grupo quando Uli e Yuri começam a falar sobre seu "companheiro". O Philodox ri e olha com uma expressão inconformada para seu próprio membro e depois diz com seu tipico ar divertido:

- Mais é claro que é o frio que está fazendo isso! Quando estou em condições normais as parentes Fiannas até me confundem com um Fenrir usando Poder de Thor... HAHAHAHAHA!

O Philodox ri da própria piada, mas logo se lembra que um Fenrir extremamente poderoso e antigo estava bem ali a alguns metros dele. Talvez o Ahroun não gostasse daquele tipo de piadas e todos aqueles anos podem ter acabado um pouquinho com a pouca paciencia que a Tribo tinha. Então, antes de ter seu maxilar arrancado, diz:

- Peço desculpas pela brincadeira Glorioso Punho de Odin...

Iurd - Vingadores / Todos

Pouco depois de Ingrid confirmar que estava bem, todos também já haviam confirmado, o Presas de Prata ouve as piadas e nada diz, apenas começa a caminha até mais próximo da fogueira enquanto Wolfhere fala sobre decidirem os próximos passos, estava certo, precisavam saber como fariam para seguir em frente.

Caminha a passos lentos até próximo da fogueira, chegando perto, ele olha para Glorioso Punho de Odin e diz:

-'Falei que podia confiar nesses caras.'

Dito isso, ele olha para os manja rola e diz:

-'Venham pra cá, se aqueçam próximos da fogueira.'

Termina de falar e volta seu olhar para a fogueira e prossegue dizendo:

-'Tivemos sucesso na missão mas tivemos muitas baixas e precisamoa de mais informações sobre o próximo Reino...'

O convite de Iurd não é ignorado e o Fianna começa a caminhar para perto do fogo. Durante o caminho, Bolvar assume a forma lupina e se aninha o mais perto e seguro possível da fogueira.

Conforme o assunto do outro reino entra em questão o Philodox diz:

- Para qual reino estamos indo agora?

Águia Real - Todos

Permanecia esperando a manifestação dos outros para responder a pergunta de Ingrid e para darem seu parecer sobre o que queriam conversar, sobre um norte a ser tomado, por ele, continuariam na missão, não podiam recuar naquele momento, muitos haviam caído em prol daquele objetivo a ser cumprido, recuar talvez não fosse uma opção.

Ouve Bolvar perguntar qual o próximo Reino, com tranquilidade, Iurd apenas responde:

-'Reino das Atrocidades.'

Então comenta:

-'Vocês sabem algo a respeito desse reino?'

Felizmente o Fenrir não havia se zangado com a piada. Havia visto aquilo como um elogio. De certa forma era melhor assim. Por mais que a Tribo se achasse muito, Bolvar simpatizava com o afinco com que combatiam a Wyrm.

Depois que Iurd fala para onde iriam o Garou fica em silencio ouvindo o que todos tinham a dizer. Só havia ouvido o básico sobre o reino e agora que todos disseram as realidades, cabia ao Philodox pincelar o que não havia sido dito.

- As energias da Wyrm são fortes lá e dizem que a muito tempo aquele lugar gera espíritos poderosos para alimentar as fileiras de Malfeas. Um velho Theurge de onde vim me contou que lá existe um caminho por onde passamos por varias poças d'água... Ao menos foi assim que interpretei... E que cada poça reflete um pecado que cometemos no passado... Alguns Philodox vão lá pra testarem suas convicções... Algo que eu particularmente acho sadismo... Outra coisa importante... O Reino pode tentar jogar uns contra os outros... Revelando informações falsas, ou não, que fariam com que duvidássemos uns dos outros... Isso é tudo que sei sobre aquele lugar...

Uli ri da resposta de Bolvar, o cara era gente boa e levava na esportiva, e o Galliard não costumava deixar uma oportunidade de dar uma boa risada passar.

O Garou já estava perto da fogueira ao convite de Iurd, ele apenas aproveita para assumir a forma Lupina que o manteria mais aquecido ainda. Nem tivera tempo para desacostumar do frio alemão por causa do Rio, chegara e já fora mandado para a Umbra.

Ele houve as explicações sobre a continuidade da missão e o perigoso reino que visitariam, e ao final da fala de Bolvar, ele complementa.

"- Se o reino do campo de batalha já foi difícil e estava com suas características corrompidas, imagino que o das Atrocidades deva estar mais distorcido ainda, deve ser mais fácil corromper completamente um reino que já representa uma corrupção da alma."

A Theurge permanece em silêncio enquanto o assunto sobre os reinos é tratado. Deixava que todos se manifestassem antes de tomar a palavra. Usa a Fúria para mudar para sua forma racial apenas para queimar um pouco do que estava em excesso e, na forma em que veio ao mundo começa a falar:

- Passo Largo, um Galliard de minha tribo, certa vez falou sobre o Reino da Atrocidade. Ele comentara que só conhecia uma pessoa que tinha voltado de lá com vida, Ouvido Ligeiro, o ancião que liderava o Caern em que nasci. Ele nos relatou um terreno horroroso e completamente devastado. Disse que haviam sepulturas por todos os lados e que o odor dificultava a concentração.

Ingrid falava em tom calmo, apesar de tentar passar com suas palavras o mesmo horror que o ancião de sua antiga seita havia lhe passado quando falou pela primeira vez:

- E isso era o menor dos problemas. Como o Fianna disse, eles vão usar nossa mente, nosso passado, nosso presente e nossos medos contra nós. O pequeno delito irá se tornar uma grande falha. Os sentimentos mais nobres irão se tornar seus piores inimigos. Malditos vão ser atraídos pelo fedor dos pecados e nada que nós fizemos poderá ser efetivo contra eles. Eles não morrem e irão nos atormentar por todo nosso caminho.

A Theurge olha para todos, focando em Iurd no final e diz:

- Entrar no reino não será difícil. Todas as lamúrias do mundo podem nos guiar até sua entrada. Sair, no entanto, só com o pior dos sofrimentos. Sentindo as dores que causamos e nos colocando no lugar daqueles a quem ferimos.

O Fianna escuta os comentários em silencio. Não tinha mais nada a acrescentar e depois das palavras da Uktena tudo que lhe resta são seus pensamentos em sua cabeça. Tentava imaginar o que poderia ser colocado diante dele, pois sempre se considerou alguém bom.

Ficar tentando imaginar o que poderia encontrar dentro daquele lugar certamente não fazia nem um pouco bem ao Garou que preferia apenas se concentrar no estalar da lenha e em como aquele calor era gostoso.

Águia Real - Todos

O garou ouvia as palavras de seus irmãos e agora, mais do que nunca, tinha a certeza de que não seria uma tarefa fácil, indo mais além, precisavam fazer aquilo o quanto antes para tirar General de Prata de lá, o garou precisava ser salvo. O Reino se focava na tortura mental daqueles que lá entrassem, todos os pecados iriam assombrar a mente dos garous, curar as feridas do corpo é fácil, agora as feridas que não se podem ver são sempre os piores tipos de ferimentos.

Tinham muitas baixas, não podiam errar mais, não podiam perder mais companheiros. Estavam sem totem também, precisava falar sobre isso, quando tem um tempo, o Presas de Prata diz:

-'Com certeza teremos que ir preparados, precisamos estar com nossas mentes tranquilas e fortes, precisaremos do máximo de atenção naquele Reino, não podemos nos deixar ser colocados uns contra os outros ou fraquejar diante das provações que seremos colocados dentro daquele lugar.'

Ele olha para cada membro dali e diz:

-'A Vingadores esta sem totem, isso nos deixa com mais um membro a menos. Vamos começar a pensar em algo desde já, todos nós precisamos e merecemos descanso, enfrentamos duras batalhas e precisamos desse tempo para recuperar o máximo de energia possível. Como Wolfhere falou, meditem e durmam, temos que partir em breve.'

Ingrid concorda com as palavras de Iurd e diante da decisão dos líderes da missão apenas se afasta poucos metros. A Uktena faz surgir sua bolsa dedicada. Era uma bolsa de pano, transversal, cheia de glifos místicos. Ingrid pega uma cuia marrom, provavelmente de barro endurecido, e nela começa a misturar alguns pedaços de ervas que ela vai picando com sua própria mão. Como toque final, gasta seu último ponto de Gnose e conjura o fogo que queima as ervas, deixando um agradável e relaxante aroma tomar conta do local e sentando com pernas cruzadas (típica posição de meditação) e iniciando seu processo de meditação com os olhos totalmente fechados. Estava desligada de tudo e confiava na matilha para se manter segura. Era hora de buscar o elo espiritual que a ligava a Gaia. Um elo que originou seu nome, que sempre foi forte e que Ingrid confiava que jamais lhe faltaria.

Bolvar continuava a ouvir o que Wolfhere e Iurd diziam, mas agora era hora de descansar e repor suas energias. O Fianna aproveita aquele instante de tranquilidade para começar um processo de meditação. Havia gasto parte de sua energia espiritual para proteger Uli e provavelmente precisaria daquele recurso uma vez mais nessa nova jornada que já partiam.

Off:

Solicito a narração o teste de meditação.

- Parabéns, irmão. Mandou bem pra cacete contra aquele Senhor da Guerra.

Sorriu e estava pronto para fechar os olhos se fosse o caso.

Apesar da dificuldade em se concentrar, Ingrid se esforça e estabelece a conexão necessária para, embalada pelas ervas que aromatizavam o ambiente, entrar em sinergia com as forças gaianas. No processo, visões aterrorizantes do campo de batalha nublavam a mente da Theurge, mas com o esforço da Uktena ela estabelece o vínculo gaiano e mergulha no processo de meditação.