A Umbra Rasa (Penumbra)

"Só pode ser piada..."

Era inevitável o pensamento do Cria de Fenrir que não via lógica alguma na resposta do espírito. Não havia nada ali que desse razões para a presença inesperada da Quimera. Ao menos não que Draven conseguisse perceber.

"Com certeza os outros Theurges da Seita já sabem da presença desses espíritos aqui..."

O Garou chega a se perguntar o porque estava perdendo seu tempo com alguém que nem aparentava preocupação com a possível morte, mas já que havia começado iria até o final.

- Obrigado espírito...

Não acreditava que o mesmo estivesse mentindo, por isso não fazia questão de tentar extrair a informação, já que Quimeras eram enigmáticas e aquilo parecia uma resposta direta e sincera. O Garou resolve procurar pelo nº 2 em sua lista. Um espírito serpente.

Uli escuta as palavras duras do Fenris, nada mais típico, mas se de fato ele conseguisse fazer a invocação ele conseguiria se curar. Mas aquilo não vinha ao caso. Afinal o proprio Presas de Prata tinha dito que não conseguiria. O Galliard orava para que os Garous terminassem de meditar logo.

No entanto o que acontece é muito mais fantastico. Wolfhere, um Ahroun, se aproxima, e ele mesmo esboça poderes de cura excepcionais. Uli se espanta com aquilo, gostaria de saber fazê-lo também, na verdade, se todos os Garous pudessem seria muito bom para a luta em geral.

No entanto aquele era um devaneio, o Lupino se afasta uns dois passos de Gregory e volta para sua forma humana. Estava vestido com uma calça jeans e camiseta, que eram dedicados por um amigo na Alemanha. Agora aguardava o resto da historia do Theurge. Que seria muito interessante com certeza.

Sombra do Gelo ainda comenta se Greg não poderia invocar um espírito para ajudá-lo. Meneou a cabeça positivamente e esforçando-se ao máximo e concentrando-se para invocar um cervo ele é interrompido pela chegada de mais dois garous. Aquilo o assustou um pouco. Estava na Umbra, vagando, perdido e sendo perseguido já há muito tempo e encontrar uma matilha não corrompida era um alívio, mas ainda estava desconfiado.

Quando um dos dois garous o cura e se apresenta como sendo Wolfhere, Gregory não pode deixar de se lembrar dele e das histórias contadas sobre sua expulsão do Caern de Chicago. As dores, o sangue e tudo o mais que feria o seu corpo se desvanece como fumaça em dia de vento forte. Gregory se levanta, olha a todos e para seu olhar em Wolfhere como se estivesse hipnotizado pela Raça Pura dele. Ainda em Crinos, ele fala:

-O prazer em conhecê-lo é todo meu Falcão de Prata. Na verdade não acredito que consegui vivier para conhecê-lo.

Olhou para o outro garou que ainda não se apresentara e seus olhos voltaram para Wolfhere:

-Perdão...deixe-me apresentar formalmente.

Gregory volta a sua forma hominídea e todos percebem os chifres e a baixa estatura do garou:

-Sou Gregory Valentine, Mediador dos Espíritos, Cliath, Theurge, Impuro dos Presas de Prata. Sou da Cabana da Lua, do Clã da Lua Crescente e do campo dos Anjos Guardiões.

Neste momento ele percebe que Sacrifício dos Ancestrais estava na forma humana. Gregory estava completamente impressionado por estar com Wolfhere.

-Estou vagando pela Umbra há tanto tempo que já perdi a conta.

Olhou para os lados, para trás, como se estivesse procurando alguém ou alguma coisa.

-Vim do caern de Chicago...quero dizer...vaguei depois do ataque ao Caern. Estava muito ferido e o inimigo estava me perseguindo....

Sua mão direita encontrou seus bolsos e não havia nada lá. Depois foi até o seu pescoço e não havia mais seu colar.

-Fui atingido na cabeça e desmaiei....alguém me atacou e roubou meus fetiches. Não lembro de muita coisa....acredito que a maior parte pode ser coisa da minha cabeça, mas a outra era realidade. Vaguei pela Umabra e lembro de um garotinha que apareceu ao meu lado, seu nome era Jake e ele me acompanhou durante minhas caminhadas até certo ponto quando caiu em um buraco onde não consegui segurá-lo...na verdade não sei se o Jake era real....estou um pouco confuso...me desculpem.

O Cria de Fenrir nota que se aproximava de um grupo de serpentes, mas quando se preparava para falar sente que uma delas começa a subir por sua perna e apertar-lhe os ossos.

O Theurge rosna em aviso para que parasse com aquilo, mas o animal persistia. Então Draven, com toda sua sutileza arranca o espírito que estava preso a sua perna e o joga para longe, mas logo outro começava a subir. Quando se da conta do que acontecia, inúmeras serpentes já repetiam o processo, fazendo o Fenrir se irritar ainda mais.

Draven começa a arranca-las e joga-las para longe dele, mas mais e mais serpentes vinham para cima do Theurge. Em meio a um rosnado ele diz:

- O QUE VOCÊS QUEREM AQUI AFINAL?!?!

O Cria de Fenrir recebia muitas respostas sem sentido, mas ao menos eram respostas. Elas podiam não significar nada para Draven, mas para talvez para outros Garous sim.

Porem, no momento, o Theurge tinha outras coisas mais importantes com o que se preocupar. As malditas serpentes continuavam a tentar esmaga-lo em uma ação surreal.

Será que elas não temiam o predador que estava diante delas?

Draven chega a pensar em usar sua energia espiritual para sair da Umbra e se livrar delas, mas estaria quebrando seu Tabu com Presa Sangrenta e isso ele jamais admitiria.

Então, gastando a fúria que havia ganhado da raiva por tamanha ousadia dos espíritos, Draven começa a arranca-las de seu corpo com maior velocidade e por fim rosna intimidadoramente para os espíritos:

- PAREM AGORA MESMO SERPENTES, OU NEM A PROPRIA GAIA VAI CONSEGUIR LHES SALVAR DA MORTE!

O Fenrir ilha seu corpo e continua a rosnar. Caso as serpentes não recuassem, ele teria que aniquilar uma por uma.

Wolfhere cumprimenta Gregory e logo diz ao outro garou que viera com ele que Gregory iria entrar na matilha Vingadores. Abriu um sorriso de satisfação e deixou escapar:

-Matilha? Vingadores? Estamos próximos de qual Caern? Quero dizer....a qual Caern a matilha Vingadores faz parte? Ainda estou um pouco perdido...me desculpem.

Dizia a Wolhere e a todos ao mesmo tempo.

Draven via que as serpentes não iriam aceitar a advertencia dada pelo Fenrir e depois de um novo rosnado o Garou saca começa a se concentrar em seu martelo, mas é detido com uma mão desconhecida sobre seu ombro.

O Crinos vira-se para encarar quem o tocava, e a sensação ruim novamente toma conta de suas narinas. Enquanto a Garou falava o Theurge a encarava confuso, como se estivesse nitidamente perdido.

"Por Gaia... Não é possível, isso deve ser alguma piada..."

Depois que a estranha termina de falar Draven ainda fica alguns instantes em silencio para só encontam conseguir dizer:

- Elas falaram algo sobre um Deus Negro e o chamado de Typhon-Seth... Os espíritos não serão nossos aliados essa noite... Não se não fizermos algo a respeito.

O Cria de Fenrir então guarda seu martelo e literalmente fareja o ar na direção da desconhecida. Ou ele estava tendo mais uma mensagem da morte, ou aquilo tudo era alguma piada de um Ragabash que estava querendo ir ver Gaia mais cedo do que o normal.

Depois de ter certeza de que seu olfato não estava lhe enganando o Cria de Fenrir diz:

- Você cheira a morte... Assim como o Portador... Você também vai morrer essa noite Garou... Sinto muito.

O Cria de Fenrir era direto e verdadeiro em suas palavras, mas não era agressivo. Depois de terminar de falar ele olha na direção das serpentes que visivelmente não atravessavam a linha que a Garou havia feito.

- Podemos fazer isso por todo Caern? Afastar os espiritos serpentes, ceifeiros e quimeras?

Águia Real - Mediador dos Espíritos / Vingadores / Narração

Iurd esperava o Garou recém encontrado despertar de fato para que ele pudesse se apresentar, encher o jovem de informações não seria o caso, estava confuso, ferido e longe de casa, tinha que se adaptar ainda ao que estava acontecendo. Após ser curado por Wolfhere, o jovem Theurge começa a falar, ele se apresenta como um impuro do mesmo campo que eles e o mais impressionante, se apresenta como um Valentine. Águia Real achava que o último era Kiba, pelo visto estava enganado.

Ouve a história confusa do jovem impuro e não entende nada, quem era Jake e o que havia acontecido afinal? Achava que ninguém entendia e só tenta parar de entender quando Falcão de Prata diz que o jovem iria para a Vingadores, Iurd apenas diz:

-'Sem problema, será muito bem vindo.'

Tendo respondido, o Ahroun se aproxima do jovem Presas de Prata, estende sua mão e com um singelo sorriso diz:

-'Seja bem vindo, Mediador dos Espíritos, sou Águia Real, Athro e Ahroun dos Presas de Prata, sou Alpha da Vingadores e pertenço ao mesmo campo que você, na sociedade humana pode me chamar de Iurd Byron. É uma honra te conhecer e tenho certeza que Kiba ficará muito feliz em te conhecer também.'

Mediador dos Espíritos sente uma enorme Raça Pura vinda do Ahroun no momento que ele se aproximava, seu físico era avantajado, mesmo ele estando em hominídeo. Falava de forma tranquila e simpática.

Parece que realmente Gregory estava em uma matilha. Depois de tanto tempo vagando ele nem conseguia acreditar direito que estava são e salvo, aparentemente. O outro garou se aproxima de Greg e o cumprimenta, estendendo sua mão para o Impuro que retribui com um aperto e sente o nível de Raça Pura de Iurd. Gregory tinha Raça Pura, mas não tanto quanto Águia Real.

-Obrigado pelas boas vindas Águia Real.

E abre um sorriso. Gregory era baixo e seus chifres eram parecidos com o de um carneiro.

-Byron? Ouvi histórias sobre os Byron e sobre Iurd Byron, que devo imaginar que seja você, Águia Real. É um prazer.

Iurd podia perceber o respeito que estavam nas palavras de Gregory. O sorriso de Greg aumenta um pouco mais ao ouvir o nome de Kiba.

-Kiba? Kiba Valentine? O meu primo? Ele está por aqui?

Olhou ao redor como se procurasse Kiba. Estava visivelmente impressionado de conhecer Wolfhere e Iurd e de ainda saber que poderia conhecer Kiba. Voltou seu olhar para Wolfhere e Iurd:

-Obrigado por terem me ajudado...agora é minha vez de ajudar. O que posso fazer?

O carisma de Gregory era gritante.

”Gregory.....sou eu...o Reg....pare de fazer perguntas seu chifrudo do caramba.”

O impuro olhou para os lados como se procurasse alguém, mas demorou apenas poucos segundos a procura e ele se calou. Esperava as respostas por suas perguntas.

IUrd - Gregory

Iurd era bastante simpático com o recém chegado, o impuro tinha um chifre semelhante ao de carneiro e aquilo poderia ser um problema para ele na sociedade humana, tinha que conversar com ele posteriormente sobre a manutenção do véu quando voltassem para o Caern. O jovem tinha ouvido falar muito dos Presas que ali estavam, não era pra menos, ele vinha de Chicago e era um Valentine, normal conhecer todas as histórias sobre os maiores Garous.

Uma pergunta por vez, Iurd responde:

-'Então irmãozinho, Kiba ficou no Caern, nós somos do Caern do Rio de Janeiro e viemos resgatar dois Anciões que estavam presos em dois reinos aqui na Umbra. O Kiba não é da nossa matilha.'

Faz uma ausa e continua:

-'No momento, pode descansar, meditar ou o que quiser, precisamos de um tempo para descanso pois iremos para outro reino e será bem difícil por lá. Tranquilo?'

Então o Campo dos Anjos Guardiões era grande daquela maneira que encontravam um membro perdido na Umbra. Ele estava meio abalado e meio perdido, mas devia ser uma viagem bem dura vir de Chicago até aquele ponto remoto da Umbra, próximo ao Campo de Batalha, além do mais sozinho e sendo perseguido.

"- Agora você tem uma matilha, pode parar de fugir dos seus inimigos, e vamos enfrentá-los."

Uli era absolutamente simpático com o Garou, mesmo com seus grandes chifres de carneiro, ele imaginava que seria um problema com as garotas, mas fora isso, se fosse um xamã tão capaz quanto Ingrid seria bom ter um companheiro de tribo, mais um, ao seu lado.

"- Gregory, Yuri aqui também é da matilha, os outros membros, Bolvar e Ingrid, nosso Philodox e nossa Theurge, estão meditando, logo você vai conhecê-los. Infelizmente hoje é um dia triste pra nossa matilha, mesmo com as vitórias que tivemos, porque perdemos o contato com nosso totem, o Guaxinim, o que é um pesar muito grande. Mas, estamos seguindo em frente pra um reino muito divertido, você vai adorar sua primeira missão com a Vingadores."

O Galliard era claramente sarcástico em sua última frase, mas ao falar do Totem ele havia sido sensível e dava pra perceber que por mais que não demonstrasse, perder a ligação espiritual com um Totem tão bondoso era muito difícil.

Águia Real responde Gregory de forma educada e é até bem carismático. A Vingadores estava indo para uma missão e Greg iria com eles. Tudo bem, há poucos minutos atrás nem sabia se iria sobreviver mesmo.

-Entendi. Depois eu o procuro no Caern. Rio de Janeiro....nossa. Realmente não acredito que consegui chegar tão longe....Em que dia estamos? Acabei perdendo a conta desde que o Caern de Chicago foi atacado eu não consegui sair da Umbra....

Bem carismático ele recebe bem as palavras de Sacrifício dos Ancestrais, apesar da notícia do totem e o responde:

-Entendo. Realmente perder o contato com o totem que abençoa a matilha é complicado. Mas teria algum motivo para o totem não respondê-los?Agora a voz de Gregory continha pesar, como se não quisesse fazer a próxima pergunta:-Ele foi......destruído?

E fez uma cara de que não queria ouvir o “sim”. Sombra do Gelo dá dois tapinhas nos ombros de Greg e ele sorri, parecendo contente com a ação do Ragabash. Meneou a cabeça em tom positivo quando o irmão de tribo (Yuri) comentou sobre ir meditar. Mas não disse nada.

O Cria de Fenrir acompanhava a Filha de Gaia em silencio. O fato da linha estar se desfazendo já respondia a pergunta do Garou.

A explicação sobre os ceifeiros, no entanto, já começava a fazer algum sentido. Será que era por isso que estava sentindo o cheiro da morte? Dificil ter certeza, mas era uma possibilidade.

Conforme a Theurge lhe explicava o que pensava o Garou a observae ao final de suas palavras comenta:

- Não faz sentido... O Senhor das Sombras de minha matilha disse algo que é verdade. A floresta esta muito molhada... Não há como o fogo conseguir se espalhar...

Dito isso ele persegue que ainda não havia se apresentado e então diz:

- Orgulho de Fenrir, Theurge dos Crias de Fenrir...

As orelhas do Cria de Fenrir se levantam quando o uivo de seu irmão ecoa pela Umbra. Por mais que não tivesse participado da missão, ele era um membro da Titãs.

Com certeza não precisaria voltar para a cabana já que todos se encontrariam na clareira central. Então, depois que a Filha de Gaia termina de falar Draven diz:

- Vamos... Temos uma Assembleia para começar... E se realmente estiver certa é melhor que mantenhamos os olhos e ouvidos atentos no plano físico.

Dito isso Draven rasga a pelicula bem diante deles e abre caminho para que a Filha de Gaia saisse primeiro.

Draven escuta as palavras da Filha de Gaia e com um aceno de cabeça diz:

- Até breve então Filha de Unicórnio...

Dito isso o Fenrir atravessa a pelicula rumo ao mundo real.

Off:

Segue no topico Clareira Central

Águia Real - Vingadores

Iurd ouvia as palavras de seus irmãos, Yuri se retira para meditar, Uli contava o que havia acontecido naquela noite Gloriosa e fatídica, a perda do totem e de muitos irmãos. Gregory questiona se o totem havia sido destruído, com pesar de sua voz, o Presas de Prata diz:

-'Infelizmente, sim. Foi destruído lutando contra uma criatura extremamente poderosa para salvar a todos nós da matilha.'

Falcão de Prata se retira pouco antes, Iurd apenas sorria e meneava a cabeça positivamente para seu amigo, então termina de falar com Gregory:

-'Brother, se me dá licença, eu preciso meditar e descansar um pouco, estou exausto e preciso de um pouco de sono, em breve conversamos melhor, beleza? Até logo'

Dito isso, o garou dá um singelo e cansado sorriso, a exaustão estava nítida em sua face, Iurd havia se esforçado demais aquela noite e precisava descansar. Após se despedir, o garou se aproxima de Ingrid, sabia que a Uktena meditava, então ele apenas se sentar próximo à ela e começa a meditar também.