[CAERN] Alojamentos

Sylvia nota a chegada de Michell e os demais e, até para que ninguém falasse nada que gerasse mais atritos entre a matilha, corta o assunto para falar da mascote dos Renascidos pelo Fogo:

- E como Amanda está? Conseguiram acalmá-la ou descobrir algo?

Pergunta a Michell, diante dos demais, e aguarda a resposta dele.

Amanda retorna não muito depois de Michell e seu semblante estava sério, mas ao menos havia parado de chorar. Não olha a principio para ninguém, muito menos pro Fenris, mas logo ergue o rosto, deixando evidente os olhos que vermelhos, e diz:

- Desculpem pelo escândalo pessoal...

Se dirigia a todos, mas não olhava diretamente para ninguém mais que Severino. Depois de terminar de falar ela volta a abaixar o rosto e se manter em silencio enquanto a matilha conversasse.

Amanda ignora completamente a existência do Fenris, quando seus olhos se levantam, apenas focava Severino e as vezes Sylvia.

No momento em que a Galliard chega na área onde sua matilha estava, ela pode ouvir o Cria de Fenris convidando-os a seguir para a Clareira Central. Permanece em silêncio. A ideia de seguirem juntos era ótima na opinião da Fianna. Mostrar unidade era fundamental. Só esperava que a unidade de ideias de todos estivesse sincronizada, o que ela duvidava um pouco.

Severino não emite opinião sobre os demais membros da matilha, mas concorda com as palavras de Sylvia, Aman e o Fenris. Diante da fala convicta da juíza ele apenas complementa:

"- Ferro se malha enquanto tá quente."

O Ahrou ponderava sobre irem andando quando o resto da matilha retorna. O primeiro a chegar é o theurge que informa o estado da ragabash. Logo em seguida aparecem Boom e Lilibeth. Antes que pudesse acontecer qualquer coisa desnecessaria, o Uktena aproveita a deixa do Fenris e setencia:

"- Vamo simbora." - fala o pernambucano já se levantando

Aproveita para inteirar, resumidamente, os ausentes do resultado da conversa sem, com isso, abrir brecha para reconsiderações.

"- Prepare-se para nos apresentar na Assembléia, Lilibeth. Vingança-de-Hermond nos honrara numa batalha e eu buscarei junto à Ira-de-Thor que a missão na Umbra nos seja dada. Esse é o primeiro teste de nosso renascimento. Fiquemos juntos e sejamos a matilha que devemos ser."

As palavras de Severino são firmes e enquanto as profere ele olha nos olhos de cada um dos presentes. LIlibeth e o fenris são os primeiros, acompanhados pelos Andarilhos. Durante a frase final ele fita Aman e Sylvia como quem compartilha com elas a responsabilidade pelo que acabava de dizer.

Amanda não diz nada sobre os comentários de Severino, apenas caminha com a matilha com a cabeça abaixada, pois ainda sentia envergonha pelo que estavam indo fazer, mas iria estar junta da matilha enquanto fosse necessário.

Aman segue com sua matilha após a volta de Amanda, em outros tempos iria ali consola-la, mas os dias eram mais difíceis e todos tinham que crescer, tinha uma ideia de como ajudar a situação dela, mas conversaria em particular depois da Assembléia.

O grandão tinha acordado muito cansado, a batalha tinha sido dura e as perdas maiores ainda, quando chegaram ao Caern tudo parecia muito pior, cada notícia que era dada era mais um problema, mais uma preocupação, mas no momento, a notícia era a nova divisão das matilhas, o que eram muitas antes do ataque da noite anterior agora eram apenas duas, ao menos dos Garous que se encontravam ali na enfermaria, e tudo havia sido remodelado, ele não conhecia ninguém de sua nova matilha, só lembrava de alguns das Assembléias, especialmente de Nymmeria pelos discursos Galliard dela, e Águia-Real, que tinha a história em suas costas.

Philip estava num canto arrumando suas ervas e coisas assim, caso precisassem da ajuda dele na enfermaria, ao seu lado estava o tradicional cantil, cheio de um forte whisky, ele tomava um gole e cortava algumas ervas, então tomava mais dois goles e observava o pessoal, parecia compenetrado em seus pensamentos, mas na verdade procurava por alguém conhecido para que pudesse conversar, por mais antisocial que parecesse, ele adorava uma boa prosa.

Uli tinha muito no que pensar, assim que saíram da missão ele sentia o peso do fracasso, o peso de não terem resgatado a Fênix, e agora ele nem mesmo sabia onde estava Vingador-do-Futuro, muito menos Ingrid, de sua matilha sabia onde estava a Fúria Negra e o Theurge de sua tribo, mas nem mesmo em sua matilha ele havia sido alocado.

Porém uma notícia o havia alegrado enquanto comia, perto do anoitecer, Águia-Real tinha retornado, e aparentemente a sua missão fora um sucesso, a liderança forte dele seria importante, e tinha muito o que discutir com Iurd, porém, antes queria conversar com Kiba, afinal, eles eram os Presas de Prata da matilha, e ambos eram alfas antes do desastre da Nave da FESN, as chances deles serem os claros líderes da matilha eram grandes, e gostaria de agilizar a politicagem e criação da matilha, para já começarem as investigações.

Assim que anoitece, já alimentado, ele resolve procurar seu companheiro de tribo, e assim que o localiza na enfermaria, com o olhar, fala, o chamando para sentar consigo.

"- Kiba!"

Hrist, sentada em uma das camas da enfermaria, passa os dedos suavemente pelas recém fechadas cicatrizes que descem de seu pescoço até seu colo olhando fixamente para lugar nenhum. A Philodox estava se sentindo cansada, verdadeira e espiritualmente cansada... Tudo o que vivera nos últimos intensos dias de guerra pareciam se esticar como a eternidade em seu corpo exaurido. Faziam apenas 2 dias desde que lamentara a morte de seu irmão e sobrevivera ao ataque ao Caern. Desde então fora arrastada para um redemoinho de lendas e profecias sobre si mesma e disso para uma guerra que tivera que orquestrar pelos outros até ser finalmente jogada no que parecia-lhe sempre o fim do mundo na cidade do Rio de Janeiro.

Por uns segundos ela pensa no que aconteceria se ela decidisse ficar ali e se rendesse ao que seu corpo pedia. Ela nunca soubera exatamente a própria idade, mas não deveria passar dos trinta. Trinta anos, mais da metade em guerra e a outra metade se preparando para ela... Era como se cada dia valesse o dobro. Talvez ela pudesse deitar a cabeça no travesseiro, sem dúvida merecia, e dormir um pouco mais... Mas é claro, isto não era uma opção de verdade. Hrist estaria morta antes de se dar ao luxo de descansar.

Um Garou entra na cabana, chama por Kiba e a faz despertar de seus devaneios. Hrist apenas olha em sua direção avaliando o que ainda tinha que encarar pela frente e sem desejar se alongar mais, desce da cama com um único pulo e vai em direção do recém chegado que procurava por Kiba, já dizendo:

- Você é Sacrifício-dos-Ancestrais, não é?

Iurd - Hrist / Uli

Finalmente após algum tempo Iurd esava de volta ao Rio de Janeiro, gostaria de voltar e ter apenas notícias para celebrar porém eles viviam num mundo onde aquilo talvez não fosse possível, sempre haveria algo que não os deixariam ter dias tranquilos e para festejar. Com seus companheiros, Águia Real conseguiu resgatar Glorioso Punho de Odim, General de Prata e Falcão de Prata mas a um custo muito alto.

Acordado, o garou queria ficar deitado um pouco mais, mas as coisas que passavam em sua cabeça, tanto sangue garou sendo derramado, seus irmãos tendo que lutar uns contra os outros, ver seu pai sendo morto diante de seus olhos, cenas que o Presas de Prata não queria mais viver novamente precisavam ser controladas, então prefere se levantar e fazer algo.

Iurd se senta na cama, olha para os lados procurando alguém que já tivesse acordado quando ouve as vozes de Uli e Hrist. Ainda tinha a cara amassada e apenas diz para seus irmãos de Seita:

-'Boa noite gente. Conseguiram dormir?'

Hrist observa Iurd se aproximar com um meio sorriso em sua direção.

- Muito pouco, e você?

Uma Garou muito forte, com um dos olhos a menos, e com cara de poucos amigos, apesar da raça pura notável que emanava dela se aproxima de Uli, perguntando por ele. Nunca menos que simpático e receptivo, o Galliard sorri para ela e acena positivamente, enquanto responde, apontando uma cadeira, e servindo uma cerveja para si.

"- Eu mesmo, e você, quem é?"

Ele acena para o outro copo, como se perguntasse se ela também queria.

E então, Iurd se levanta de uma das camas, exatamente o Garou que gostaria de ver, tinha o perdido na Umbra, não sabia do destino do seu Alfa, que lutara muito consigo no Reino do Campo de Batalha, então, como ele se aproxima e pergunta para ambos, imagina que ele a conhecia, e como estava muito ligado nas histórias, e já havia perguntado por ai o que acontecia, imaginava que aquela seria a Fenris que acompanhou-o na missão de Chicago, mas deixaria ela mesmo se apresentar, sem acelerar as coisas, se ela fosse Hrist, ela seria a nova Philodox de sua matilha.

De pronto ele responde Iurd, já estendendo o convite para sentar e beber para seu irmão de Tribo.

"- Iurd... Fico feliz de te ver e saber do seu sucesso."

Hrist volta sua atenção ao Garou com quem iniciara a conversa, vendo que outro se aproximava sem nada dizer... Ela tinha ideia de quem era, a menos que estivesse enganada, era um Theurge da matilha que fora responsável pela morte de Sven. E um bastante "peculiar", pelo visto. Ela apresenta-se em tom ameno, apesar de sempre séria não parecia estar - ao menos agora - sendo inamistosa.

- Sou Fúria da Justiça Implacável, vencedora sobre a Morte e renascida pela fúria, meia Lua Adren e Jarl dos Crias de Fenris neste Caern. Os de duas patas entre os quais nasci me chamam de Hrist. Acredito que vamos correr lado a lado na matilha que hoje irá nascer.

A batalha no Lixão não foi nada se comparada com a batalha na base da FESN. Muitos caíram e outros traíram Gaia. Cabelinho estava com uma raiva mortal de Igor, na verdade ele já não ia com a cara dele desde que chegara, agora então não queria vê-lo nem pintado de ouro. Queria muito arrancar as tripas dele e esfregar na cara de Kiba, que defendeu o irmão de tribo dele quando ele se autodenominou Rei da Nação.

-Rei da Nação uma ova.

Murmurou enquanto estava deitado em uma cama ainda se recuperando dos últimos ferimentos. A Esquadrão da Fúria não existia mais, agora estavam em duas novas formações. Kiba e Hrist ele já conhecia e por mais que Hrist fosse uma juíza de pulso firme, alegrara-se de tê-la de volta para colocar aqueles garous na linha com seu martelo do Thor. Queria ver muitas marteladas nas cabeças alheias para que algum juízo fosse de fato absorvido na base da porrada.

Michel e Uli ele não conhecia. Uli sabia que era o antigo Alpha da Vingadores, onde o chifrudinho do primo do Kiba era membro. Michel só sabia que tinha cabelo azul. Estava em Crinos para que o restante dos seus ferimentos, na maior parte superficiais, terminassem de se curar. Olhou em volta e todas as camas estavam ocupadas e muitas estavam improvisadas no chão e tinha certeza que até fora dali. Como estava se sentindo melhor, resolveu se levantar e dar lugar para alguém em pior estado. O golpe de Igor tinha sido muito duro, mais até do que o ataque dos vampiros.

Percebeu que Drink estava a um canto, arrumando ervas e bebendo de vez em quando. Gostava muito dele, mas infelizmente ele não fazia mais parte de sua matilha. Sentiu um pesar em seu peito sobre isso, pois a amizade que tinham era bem recebida pelo Ragabash. Uli entra e chama por Kiba, mas recebe uma pergunta de Hris. Essa era a deixa de Cabelinho se aproximar dos atuais membros de sua matilha.

Se aproximou de Hrist e Uli e um terceiro garou questionava se tinham dormido bem. Educado, mas a resposta de Hrist já respondia bem o que todos os presentes tinham dormido. Pelas palavras de Uli ele identifica o terceiro garou como sendo Iurd. Para Hrist ele diz, não querendo atrapalhar, mas já atrapalhando.

-Hrist...estou contente que tenha retornado. Na verdade muito contente. Você fez uma falta enorme por aqui.

E arreganhou seus dentes para ela em forma de um sorriso. O garou de cabelo azul então lhes confere um boa noite e cabelinho apenas ergue a pata direita, cumprimentando-o. O ragabnash sempre contente, alto astral, parecia bem para baixo e muito sério aquela noite.

Uli escuta a apresentação de Hrist, muito bem feita, seguindo todas as nuances, parecia até mesmo que era uma Galliard se apresentando, apesar do tom austero, se bem que pelas lendas, ela estava sendo muito mais amigável do que o costume, como não era de ser desrespeitoso, e vendo que outros se aproximavam, o Presas de Prata também se apresentaria oficialmente.

"- Muito prazer Fúria-da-Justiça-Implacável, vossa reputação a precede..."

Logo em seguida ele vê os outros dois Garous se aproximando, um se apresenta, era o Theurge que havia sido designado para sua matilha e o outro se aproxima e fala apenas com Hrist, devia a conhecer, e pela idade, podia ser até filho dela. Assim que Michell termina de se apresentar, Uli começa sua apresentação, simpático e carismático como de costume.

"- Sou Sacrifício-dos-Ancestrais, batizado com o nome hominídeo de Uli Jon Roth, segundo de meu nome, nascido em duas pernas, sob a lua Gibosa, Adren da tribo abençoada pelo Falcão."

Então ele para para analisar, dos 6 membros da matilha, aparentemente 3 estavam ali.

"- Acredito que nossa matilha, Hrist e Michell, faltem ainda os Ragabash, e Kiba, nosso Ahroun, para então podermos discutir as tecnicalidades da nossa formação, mas será um prazer correr com vocês."

Iurd - Hrist / Uli / Todos

POuco a pouco todos os novos garous iam acordando e já se reunindo, até o momento eram da outra matilha, Iurd não via nenhum dos garous de sua matilha, esperaria para ver se alguém acordava.

Respondendo a sua pergunta, Hrist diz que não havia conseguido dormir e he devolve a mesma pergunta, meneando a cabeça negativamente, o presas de Prata responde:

-'O mesmo.'

O Garou tenta esboçar um sorriso também mas estava meio difícil, a matilha estava se reunindo, e após as palavras de Uli, Iurd responde o jovem:

-'Também é bom ver que está aqui, meu amigo.'

Então para todos, ele diz:

-'Boa noite senhores, sei que não seremos da mesma matilha mas faço questão de me apresentar, sou Águia Real, Ancião dos Presas de Prata, nascido sob a lua cheia, agradeço à todos por terem lutado tanto ela seita.'

Dito isso, o Ancião faz uma breve reverência e se silencia.